Operação Traíra

PF deflagra operação em Palmas contra fraudes em benefício social; prejuízo de R$ 800 mil

A pena para os crimes investigados pode chegar a nove anos e meio de reclusão.

Por Redação 870
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26/08/2020 07h27 - Atualizado há 4 anos
Mandados estão sendo cumpridos na Colônia de Pescadores Z-10, em Palmas

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (26) a 'Operação Traíra', visando identificar e responsabilizar pessoas que receberam o benefício do Seguro-Defeso de forma irregular em Palmas. Esse benefício é garantido para quem sobrevive unicamente da atividade pesqueira. A ação conta com o apoio do INSS.

Aproximadamente 85 agentes cumprem 19 mandados judiciais de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Federal do Tocantins, todos para cumprimento na capital.

Para que o pescador tenha direito de receber o benefício é necessário que ele exerça sua atividade de forma ininterrupta, durante o período de 12 meses anteriores ao período que dá direito ao seguro e que não disponha de outra fonte de renda (artigo 1º e §3º e 4º da Lei 10.779/03).

Segundo apurado nas investigações, a fraude se dava quando pessoas que possuem outras atividades comerciais se associam em uma entidade de pescadores da Capital a fim de obter Registro Geral da Atividade Pesqueira – RGP junto ao MAPA (Ministério da Agricultura). Dessa forma, sem exercer a pesca como única ocupação, os suspeitos obtinham guias de pescados junto à estas associações como se tivessem pescado de forma ininterrupta durante os doze meses anteriores e se habilitavam assim a receber o Seguro-Defeso junto ao INSS nos meses de novembro a março.

Conforme a PF, também estão na mira da investigação os responsáveis e pessoas ligadas às entidades dos pescadores em Palmas, tendo em vista o auxílio prestado a estes beneficiários e o fornecimento de documentos a pessoas que não exercem a pesca como atividade exclusiva.

A PF estima um prejuízo de mais de R$ 800 mil aos cofres públicos, somente em relação aos 38 beneficiários que tiveram seus dados analisados até o momento. Podendo chegar-se a um montante ainda mais expressivo, tendo em vista que mais de 230 pessoas recebem o benefício anualmente.

Os investigados devem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de associação criminosa e estelionato majorado, cujas penas somadas podem chegar a nove anos e meio de reclusão.

NOME DA OPERAÇÃO

O nome da operação faz alusão ao peixe Traíra, um dos peixes mais populares do Brasil, presente em quase todos os açudes, lagos, lagoas e rios e na linguagem popular “traíra” é a pessoa que trai, que engana.

CUIDADOS 

Conforme a Polícia Federal, em razão da situação de pandemia da Covid-19, foi planejada uma logística especial de prevenção ao contágio, com distribuição de EPIs a todos os envolvidos na missão, a fim de preservar a saúde dos policiais, testemunhas, investigados e seus familiares.

Todos os mandados estão sendo cumpridos em Palmas

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