Ele chegou a ser preso na operação da PF, mas respondia em liberdade.
Notícias do Tocantins - O piloto de avião Moozart Modesto Trajano, preso em 2023 na operação Rota Caipira, foi absolvido pela Justiça Federal de Araguaína das acusações de tráfico internacional de drogas e associação para tráfico internacional de drogas. Ele respondia ao processo em liberdade.
Na época, a Polícia Federal (PF) afirmou que a operação foi deflagrada para investigar um sofisticado esquema de tráfico internacional de cocaína oriunda de países como Bolívia, Peru e Colômbia. Para a acusação, Moozart teria atuado como piloto no processo de internalização de drogas no território brasileiro.
A decisão é do juiz federal Victor Curado Silva Pereira e foi proferida em 07 de agosto deste ano. Atuaram na defesa do piloto os advogados Márcio Adriano Cabral de Souza e Wantuil Luiz Cândido Holz.
Alegações
Moozart foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de pilotar, em 2020, aeronaves utilizadas pelo grupo criminoso alvo da operação, nos dias 30 de junho, 08 de julho e 15 de julho, sendo o último voo com o objetivo de transportar cocaína de origem boliviana.
Ocorre que testemunhas afirmaram em audiência que o controle de voo do local não era confiável, uma vez que nem sempre era possível preenchê-lo antes das decolagens, razão pela qual as informações quanto aos pilotos podem ser imprecisas.
Moozart também pontuou que não tinha capacidade técnica para viagens solo de longas distâncias e que pilotava aeronaves, à época, para computar horas mediante voos duplos, o que foi confirmado por testemunhas.
Além disso, registros fotográficos e testemunhas confirmaram que, na noite de 15 de julho de 2020, Moozart estava presente na comemoração de aniversário de sua irmã em um restaurante de Araguaína.
“Nesse cenário, seria muito improvável que o acusado conseguisse se locomover até a fronteira do Brasil e da Bolívia pela manhã, efetuado o transporte de cocaína, desabastecido a aeronave em algum entreposto logístico localizado no interior do Pará ou do Maranhão e conseguido chegar a tempo de participar desse evento”, frisou o juiz federal Victor Curado Silva Pereira.
Ainda no entendimento do juiz, as alegações do MPF contra Moozart não passam de mera especulação. “Por tudo isso, infirmada a força probante dos elementos de informação que efetivamente associavam Moozart Modesto Trajano ao grupo criminoso, entendo que o raciocínio exposto pelo MPF nas alegações finais, com base em evidências periféricas, não passa de mera especulação, imprestável a ancorar o decreto condenatório”, arrematou.
Além do piloto, também foram absolvidos das mesmas acusações Valder Marcos Oliveira Ratayczyk e Vinícius Pereira Cezar.