Quase 40 serpentes foram avistadas nos três primeiros meses de 2020.
Um levantamento realizado pela Polícia Militar Ambiental (PMA) e pela bióloga Raiany Cruz aponta que foram avistadas no Tocantins 37 serpentes das espécies falsa-coral, jiboia, cobra-capim, corre-campo e achatadeira nos três primeiros meses de 2020.
No mesmo período, a PM Ambiental resgatou 17 serpentes peçonhentas. Entre elas, o destaque vai para a jararaca.
Os dados foram baseados em registros fotografados por moradores do Estado e indicam que, neste primeiro semestre, os encontros mais frequentes ocorreram com filhotes e isso aumenta o número de casos, pois eles conseguem se abrigar em locais desapercebidos pelos humanos, além de se camuflarem na vegetação.
Para a bióloga, o tipo de vegetação e a proximidade de domicílios com a área de mata nativa promovem a frequência desses encontros. “No período de chuva são mais comuns os encontros com serpentes em domicílios próximos a vegetação nativa. Nesse período elas saem em busca de novos abrigos e alimentação, além de o primeiro trimestre ser favorável o nascimento das ninhadas”, afirmou.
Objetivo
O objetivo do levantamento, segundo a PMA, foi tornar público essas informações para que a população saiba como reagir quando uma cobra for avistada ou ocorra algum acidente. Além disso, o estudo visa reduzir impactos negativos para essa fauna específica.
Atualmente foram confirmadas para o estado 112 espécies de serpentes, e algumas sendo endêmicas do cerrado e restrita ao Tocantins. Para a bióloga, essa diversidade deve ser protegida. “A divulgação de dados como estes não apenas minimiza e evita acidentes com humanos, mas também prima por poupar as vidas de serpentes que são ceifadas diuturnamente pelo simples fato do desconhecimento”, afirmou.
De acordo com o levantamento, a espécie Bothrops moojeni, popularmente conhecida como jararaca (peçonhenta) é a mais vitimada e na maioria das vezes são encontradas mortas.
“Embora encontramos muitos casos de jararacas mortas, é importante termos ciência de que elas fazem um grande papel na natureza, pois mantém o equilíbrio dinâmico das espécies que servem de presas. Outro fator importantíssimo é que a partir do veneno de serpentes são elaborados fármacos que contribuem muito para minimizar males humanos”, disse.
Como evitar picadas
Para o capitão Hallin Barbosa, da PMA, os acidentes ofídicos podem ser evitados ou minimizados com ações preventivas, como por exemplo, usar roupas e calçados apropriados para o campo e trilhas; não colocar a mão diretamente em locais que podem servir de tocas; e não pegar os animais na natureza.
Em casos de acidentes ofídicos, a vítima deverá manter-se calma, lavar o local com água e sabão, elevar o membro afetado, tomar bastante água e ser encaminhada para o atendimento especializado.
Outras ações como perfurar o local da picada, adicionar substâncias (café, açúcar, querosene) ou fazer garrote/torniquete são desnecessárias e podem agravar o acidente, elevando o potencial infeccioso e de necrose do local.