Policiais são os maiores agressores de jornalistas, diz Fenaj

Por Redação AF
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23/01/2015 07h11 - Atualizado há 5 anos
<span style="font-size:14px;"><u>Isabela Vieira</u><br /> <em>Ag&ecirc;ncia Brasil</em></span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">O perfil da agress&atilde;o a profissionais da imprensa mudou nos &uacute;ltimos anos. O Relat&oacute;rio da Viol&ecirc;ncia contra Jornalistas 2014, divulgado nesta quinta-feira (22) pela Federa&ccedil;&atilde;o Nacional dos Jornalistas (Fenaj), mostra que os crimes deixaram de ter motiva&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica e passaram a ser cometidos por policiais, sendo a maioria em manifesta&ccedil;&otilde;es. Dos&nbsp; 129 jornalistas agredidos no pa&iacute;s no ano passado, 62 foram v&iacute;timas da viol&ecirc;ncia policial, ou seja, 48,06%.<br /> <br /> O documento destaca ainda, em 2014, a morte de tr&ecirc;s profissionais, entre eles, o rep&oacute;rter cinematogr&aacute;fico da TV Band, Santiago Il&iacute;dio Andrade, v&iacute;tima de roj&atilde;o disparado por manifestantes em protesto no Rio. Embora em percentual menor do que a viol&ecirc;ncia policial, ataques a jornalistas por pessoas em manifesta&ccedil;&otilde;es chegaram a 16 casos e preocupam.<br /> <br /> &ldquo;A maioria [das agress&otilde;es] partiu de agentes policiais, principalmente das pol&iacute;cias militares, em boa parte, da pol&iacute;cia paulista, onde houve excesso&rdquo;, diz o presidente da Fenaj, Celso Schr&ouml;der. &ldquo;Em segundo lugar, est&atilde;o os manifestantes, com 12,4% [das agress&otilde;es] e pol&iacute;ticos, tamb&eacute;m com 12,4%&rdquo;, completa. No mundo, Schr&ouml;der explicou que jornalistas mortos ou v&iacute;timas de viol&ecirc;ncia atuam na &aacute;rea de pol&iacute;cia ou na cobertura de conflitos de guerra.<br /> <br /> Em comum, as agress&otilde;es por policiais ou manifestantes ocorreram em protestos, com 50,39% dos casos, sendo a maioria no Sudeste. Em geral, as v&iacute;timas trabalhavam em ve&iacute;culos impressos, eram rep&oacute;rteres fotogr&aacute;ficos ou cinematogr&aacute;ficos, diz o presidente da Fenaj, alertando para a consolida&ccedil;&atilde;o de uma tend&ecirc;ncia que come&ccedil;ou nas manifesta&ccedil;&otilde;es de 2013.<br /> <br /> Para enfrentar esse perigo, a Fenaj cobra que os crimes sejam tratados em esfera federal e que seja criado um Observat&oacute;rio Nacional da Viol&ecirc;ncia. A expectativa &eacute; que o &oacute;rg&atilde;o seja criado este ano, pela Secretaria de Direitos Humanos e pelo Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a, que passariam a fazer tamb&eacute;m a interlocu&ccedil;&atilde;o com agentes de seguran&ccedil;a nos estados.<br /> <br /> No Rio, onde o rep&oacute;rter da Band, foi morto, a presidente do Sindicato dos Jornalistas do munic&iacute;pio, Paula M&aacute;iran, al&eacute;m de cobrar investiga&ccedil;&atilde;o e responsabiliza&ccedil;&atilde;o das agress&otilde;es, acrescenta que as empresas de comunica&ccedil;&atilde;o precisam garantir treinamento adequado &agrave;s equipes, equipamentos de prote&ccedil;&atilde;o para coberturas e respeito &agrave; Cl&aacute;usula de Consci&ecirc;ncia dos Jornalistas, que permite ao profissional recusar tarefas em desacordo com o C&oacute;digo de &Eacute;tica.<br /> <br /> Embora n&atilde;o seja uma justificativa para os ataques, Paula disse que, na capital fluminense, &ldquo;jornalistas nas ruas acabam atacados como representantes das empresas onde trabalham, diante da revolta com a linha editorial manipulada e distorcida de ve&iacute;culos&rdquo;, e lembrou que a prerrogativa de recorrer &agrave; Cl&aacute;usula de Consci&ecirc;ncia &eacute; uma das 16 recomenda&ccedil;&otilde;es feitas &agrave;s empresas de comunica&ccedil;&atilde;o pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho e pelo sindicato.<br /> <br /> O&nbsp;<em>Relat&oacute;rio da Viol&ecirc;ncia contra Jornalistas</em>, feito com dados contabilizados pela categoria, segundo a Fenaj, registrou agress&otilde;es, amea&ccedil;as, ass&eacute;dio, intimida&ccedil;&otilde;es, inj&uacute;ria racial, censura, impedimento ao trabalho e pris&otilde;es e deten&ccedil;&otilde;es. Segundo o relat&oacute;rio, esses s&atilde;o casos de viola&ccedil;&otilde;es do direito humano &agrave; comunica&ccedil;&atilde;o, &agrave; liberdade de imprensa e express&atilde;o.</span><br />
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