<span style="font-size:14px;">Convocado a prestar esclarecimentos na CPI do Igeprev, o presidente do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev), Francisco Sales Barbosa, compareceu, mas não convenceu aos deputados. A reunião, ocorrida na terça-feira (26) transcorreu com ânimos bastante alterados.<br /> <br /> Sales recusou-se a responder sobre o rombo provocado por aplicações irregulares antes de sua gestão e irritou os deputados ao afirmar que não o interessava o que os gestores fizeram antes dele no órgão.<br /> <br /> O autor da convocação, deputado Sargento Aragão, questionou as aplicações financeiras temerárias, denunciou a indicação de conselheiros em empresas que receberam investimentos do Instituto, suposto nepotismo, altos salários e a ligação do atual presidente do órgão com pessoas indiciadas em operações da Polícia Federal.<br /> <br /> Sobre as ações anteriores à sua gestão, Sales informou que está cumprindo um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), assinado com o Ministério da Previdência Social (MPS) para regularizar as aplicações do instituto.<br /> <br /> Sobre o Porcão, rede de restaurantes que recebeu investimento milionário e que está em processo falimentar, o presidente disse que espera pela recuperação da empresa e do investimento nela aplicado.<br /> <br /> Sales respondeu que os recursos do Igeprev <em>“não estavam, nem estão sumidos, mas aplicados em fundos e em títulos públicos e privados”</em>. Ele disse ainda que, desde que assumiu a presidência, em dezembro de 2013, o patrimônio do instituto cresceu de R$ 2,7 bi para R$ 3,2 bi.<br /> <br /> <u><strong>Presidente nega acusações</strong></u><br /> <br /> O convocado negou ter interferido em favor da contratação de parentes em empresas que recebem investimento do Igeprev. Ele também negou haverem altos salários nessas companhias e declarou não conhecer Rogério Villas Boas ou José Carlos Cademartori, envolvidos na operação Miqueias, da Polícia Federal, que investiga um esquema de fraudes em fundos de pensão.<br /> <br /> Sales afirmou que uma empresa (Brascarne) entrou como acionista do Igeprev e que isso<em> “resolveria definitivamente a questão de reenquadramento do Igeprev”</em>.<br /> <br /> O presidente do Igeprev finalizou declarando que acredita que respondeu a tudo o que foi questionado por Aragão. <em>“Tudo que o senhor me perguntou eu acho que eu respondi. E posso provar o que estou falando. (...) vocês devem é ajudar o Igeprev”,</em> disse.<br /> <br /> Por fim, o presidente declarou que todos os investimentos que foram realizados tiveram supervisão do Igeprev e, ainda, que <em>“os R$ 175 milhões (perda apontada pelo Ministério da Previdência) estão aqui. Estou pagando a conta. Eu vou atrás de todos enquanto aqui estiver”,</em> disse Francisco Sales.<br /> <br /> Aragão replicou o convocado e o acusou de mentir para a CPI. Ele também pediu provas sobre o patrimônio total do instituto e Sales não apresentou.<br /> <br /> O parlamentar Stalin Bucar (SD) viu os ânimos se exaltarem de cada lado e o clima piorou com o barulho dos manifestantes que interferiam na reunião para pedir explicações e bradar ofensas. Diante disso, Stalin pediu a suspensão da reunião, mas não teve mais retorno.</span>