<span style="font-size:14px;">Os quatro suspeitos presos em Piracanjuba, a 87 km de Goiânia, em um avião com R$ 500 mil e milhares panfletos do candidato a governador do Tocantins Marcelo Miranda (PMDB) e do candidato a deputado federal Carlos Henrique Gaguim (PMDB), mudaram a versão apresentada à polícia em relação à origem do dinheiro e do material de campanha. O dinheiro teria sido sacado horas antes numa agência da Caixa Econômica Federal naquela cidade.<br /> <br /> O delegado Ricardo Torres Chueire informou, nesta sexta-feira (19), que três dos suspeitos alegam que os "santinhos" foram esquecidos na aeronave e o dinheiro é fruto de um empréstimo tomado por um deles em Brasília.<br /> <br /> Entretanto, de acordo com a polícia, em depoimento informal ainda na pista de pouso onde foram presos, todos, com exceção do piloto da aeronave, afirmaram que o dinheiro seria usado para custear despesas de campanha de Miranda devido ao bloqueio de contas do candidato.<br /> <br /> Em relação aos panfletos, os suspeitos alegaram que o material não pertencia a eles. <em>“Eles disserem que o mesmo avião tinha sido utilizado há alguns dias pelo Gaguim e que ele tinha esquecido esse material lá”</em>, afirma o delegado. A polícia ainda não confirmou se a aeronave realmente foi utilizada pelo candidato.<br /> <br /> <u><strong>Dono do avião</strong></u></span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">O bimotor prefixo PR GCM apreendido com o dinheiro e santinhos pertence ao empresário tocantinense Ronaldo Alves Japiassú. Japiassú. Ele mora em Porto Nacional e mantém contratos com o Governo do Estado desde o ano de 2007 através da </span><span style="font-size:14px;">Construtora Alja Ltda.</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">No período de julho de 2007 a agosto de 2009 (gestão do ex-governador e candidato Marcelo Miranda), a empresa firmou dois contratos com o Estado do Tocantins que totalizam R$ 4.162.193,88;<br /> <br /> O primeiro é o contrato nº 126, assinado em julho de 2007, com valor de R$ 2.778.556,03 e vigência de 240 dias, de julho de 2007 a março de 2008. Este contrato teve aditivo em julho de 2008 no valor de R$ 9.073,07. E também foi apostilado em novembro de 2008, com acréscimo ao valor do total de R$ 9.708,13;<br /> <br /> Já o segundo contrato foi firmado em agosto 2009, no valor de R$ 1.364.856,65, com vigência de 300 dias, de agosto de 2009 a junho de 2010;<br /> <br /> Os dois contratos são da gestão de José Edmar Brito Miranda, pai do ex-governador Marcelo Miranda, à frente do Dertins e da Secretaria de Infraestrutura;<br /> <br /> Já a atual gestão (de Sandoval Cardoso) firmou com a referida empresa um contrato de lama asfáltica em Porto Nacional, no valor de R$ 17,4 milhões.</span>