<span style="font-size:14px;">Instituições e entidades sociais de Araguaína (TO) decidiram se unir e cobrar providências das autoridades quanto aos índices alarmantes de criminalidade na cidade, principalmente roubos e furtos no comércio. Uma manifestação foi marcada para a próxima quarta-feira, dia 17, das 7h30 até às 12 horas.<br /> <br /> Categorias profissionais também serão convidadas a aderir à passeata, que partirá da Praça das Bandeiras, percorrendo a Avenida Cônego João Lima na contramão até a BR-153, onde haverá a interdição da rodovia. A intenção é que grande parte do comércio feche as portas durante o ato como forma de chamar a atenção das autoridades para o crescimento da violência em Araguaína, principalmente os assaltos à mão armada, além da falta de aparelhamento e efetivo das forças de segurança pública.<br /> <br /> Para o presidente da ACIARA, Manoel de Assis Silva, é preciso dar um basta nesta situação absurda, em que o cidadão de bem está totalmente refém da bandidagem e sem perspectivas de proteção.<br /> <br /> <strong><u>Dados alarmantes</u></strong><br /> <br /> Segundo o presidente do Conselho de Segurança de Araguaína, Dearley Kuhn, os números da segurança pública evidenciam uma situação de descaso do poder público. <em>“Em 2006, tínhamos poucos mais de 600 policiais militares para atender a área de abrangência de Araguaína. E já naquela época, o ideal eram pelo menos 1000 soldados. Hoje, em 2015, este número caiu para algo em torno de 450, mesmo diante do crescimento da cidade e aumento das demandas”</em>, explanou Dearley. <em>“E o concurso feito no ano passado para o quadro da PM não foi suficiente sequer para repor o efetivo que deve se aposentar nos próximos anos</em>”, completou Manoel.<br /> <br /> O representante da Maçonaria, Eurivaldo Andrade, também apresentou outros dados preocupantes. “<em>Hoje, a região de Araguaína conta com sete delegados para atender 11 cidades. Em Palmas, são 60 delegados para sete cidades, sendo que 25 deles ficam só na capital”</em>, elencou. Eurivaldo também expôs que a PM de Araguaína está utilizando os veículos da Companhia Independente da Polícia Rodoviária e Ambiental – CIPRA para auxiliar no patrulhamento urbano, defasando a área rural.<br /> <br /> O sistema carcerário do Estado também está operando acima do limite, o que dificulta o trabalho de investigação e prisão, segundo Andrade. <em>“Há, hoje, aproximadamente 2.800 presos no Estado para 1.900 vagas. A Polícia Civil já não tem condições de manter presos os infratores pegos em flagrantes. Fianças são arbitradas e eles voltam para as ruas”</em>, comentou o representante da Maçonaria. <em>“E nem mesmo as ocorrências são registradas porque a Polícia Civil não tem estrutura. Existe uma clara diferença de tratamento do poder público em relação a Palmas e Araguaína”</em>, acrescentou o diretor da Aciara, Renato Freire.<br /> <br /> <u><strong>Propostas</strong></u><br /> <br /> Entre as propostas apresentadas, Dimas José Batista, da Universidade Federal do Tocantins – UFT, disse que as ações institucionais são ferramentas fundamentais para minimizar consideravelmente o problema da violência. “É preciso estudar a criação da Guarda Municipal, além de um Gabinete de Gestão Integrada de Segurança Pública para assessorar e organizar as ações, principalmente com ampla participação da sociedade”. Dimas também salientou a reativação imediata dos Conselhos Comunitários de Segurança, hoje desativados na cidade por falta de projetos e incentivo do poder público, e a construção de um fórum permanente para avaliar constantemente as ações de segurança pública desenvolvidas.<br /> <br /> <u><strong>Ações futuras</strong></u><br /> <br /> As propostas e cobranças levantadas durante a reunião serão reunidas em um documento, que servirá tanto para exigir dos poderes públicos medidas imediatas e efetivas, como também para nortear as atividades futuras em prol da segurança. <em>“Só conseguiremos chamar a atenção das autoridades e construir situações concretas com a ampla adesão das entidades e instituições sociais. Demos um passo importante na busca por soluções, mas a movimentação deve ser permanente”</em>, ressaltou o presidente Manoel.<br /> <br /> Participaram do encontro representantes do Sindicado dos Empregados do Comércio do Estado do Tocantins – SECETO, UFT, Maçonaria, ITPAC, Faculdade Católica Dom Orione, bancos Itaú e Caixa Econômica Federal, Rotary Club, Lions Clube, Corpo de Bombeiros, Sindicato das Indústrias de Confecções do Estado, OAB, ONG SOS Liberdade, ONG Justiça e Cidadania, Conselho dos Pastores de Araguaína e Federação das Associações das Micro e Pequenas Empresas de Araguaína.</span>