<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;"><u>Da Redação</u><br /> <br /> As auditorias realizadas no Igeprev nos meses de setembro de 2012 e julho de 2013, pelo Ministério da Previdência Social com a participação de técnicos do Tribunal de Contas do Tocantins, aponta que as aplicações irregulares e ilegais de recursos do Igeprev nos anos de 2011 e 2012 causaram severas perdas em torno de R$ 300 milhões, efetivamente apuradas, podendo ultrapassar a marca de meio bilhão de reais, quando somados os prejuízos e sumiços de dinheiro das gestões anteriores.<br /> <br /> As conclusões da auditoria foram encaminhadas ao Ministério Público do Estado do Tocantins, ao Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, à Comissão de Valores Mobiliários - CVM, ao Banco Central do Brasil e à Superintendência da Polícia Federal.<br /> <br /> Conforme a auditoria, o Igeprev usava de intermediários financeiros e fazia investimentos com demasiados riscos futuros sem as devidas garantias. O Instituto também aplicou em fundos em percentuais acima dos limites permitidos em lei. Em alguns casos era o único investidor do fundo, detendo 100% das aplicações financeiras.<br /> <br /> Há indícios ainda de que alguns fundos de investimento foram constituídos exclusivamente para receber recursos de Regimes Próprios de Previdência, e destinados a perdas futuras sem garantias para honrá-las, como o caso do BVA, a DIFERENCIAL e de outros bancos e corretoras que foram liquidadas pelo Banco Central. <br /> <br /> O instituto também não atendeu às várias recomendações de auditorias anteriores e Termos de Ajustamento de Condutas celebrados com o Ministério da Previdência Social.<br /> <br /> <u><strong>Sumiço de R$ 105 milhões</strong></u><br /> <br /> A auditoria aponta ainda o “sumiço”, até o momento não explicado, de R$ 105.665.804,42. Inicialmente o Igeprev afirmou que o montante estava lançado em “valores em trânsito”, por aplicação no Fundo Classic (NSG), que estaria sendo liquidado. Posteriormente foi verificada a inconsistência da informação.<br /> <br /> Numa nova versão, o Igeprev informou que os R$ 105 milhões estariam aplicados no FII RSB1 da NSG Capital, mas segundo a auditoria “não houve qualquer aplicação” naquele fundo.<br /> <br /> <u><strong>Conselho do Igeprev</strong></u><br /> <br /> O Conselho de Administração é constituído por 14 membros titulares e respectivos suplentes, dos quais 7 são indicados pelo Poder Executivo, cabendo fixar as políticas e diretrizes de investimentos a serem observados. No entanto, compete ao Presidente do IGEPREV autorizar as aplicações e os investimentos dos recursos do Fundo de Previdência e do Patrimônio Geral.<br /> <br /> Mas, conforme decisão da 59ª reunião Ordiária do Conselho de Administração de 28 de abril de 2009, a autonomia do presidente em aplicar os recursos da entidade ficaria limitada a R$ 20 milhões. Acima deste valor só poderia ser feita aplicação mediante prévia autorização da maioria do Conselho, cujo presidente era Eduardo Siqueira Campos, nos anos de 2011 a 2012. Acontece que a decisão nunca foi cumprida.<br /> <br /> <u><strong>Audiência Pública sem representante do Governo</strong></u><br /> <br /> Para o deputado Aragão, “a injustificada ausência de representantes do Governo do Estado na audiência desta terça-feira (5) equivale a uma confissão de culpa”. O parlamentar sugeriu aos Sindicatos e Associações de Servidores Públicos do Estado do Tocantins que ingressem com ações para responsabilizar civil e criminalmente todos os responsáveis pelos prejuízos do Igeprev, além de requerer intervenção federal no Instituto.</span></div>