<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;">Os Ministérios Públicos Federal e Estadual e as Defensorias Públicas da União e do Estado do Tocantins recomendaram à secretária estadual de Saúde, Vanda Paiva, que adote as medidas para que os procedimentos eletivos disponíveis na rede hospitalar estadual sejam acessíveis a todos os pacientes de maneira ordenada, em condição de igualdade e obedecendo aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência.<br /> <br /> O objetivo da recomendação é obrigar a Secretaria de Estado da Saúde a regular todos os procedimentos hospitalares eletivos e dar publicidade das listas dos pacientes que necessitam dessa assistência.<br /> <br /> <u><strong>Lista disponível na internet</strong></u><br /> <br /> Segundo a recomendação, o site da Sesau deve divulgar com atualização diária as listas de pacientes que necessitam de procedimentos eletivos ordenados segundo os protocolos assistenciais, informações que também devem constar em locais visíveis de todos os hospitais públicos do estado.<br /> <br /> Também são recomendadas medidas para apurar infrações disciplinares praticadas por servidores públicos que, no exercício da função, fraudam o sistema de acesso aos serviços de procedimentos eletivos na rede estadual.<br /> <br /> A medida considerou o número elevado de pessoas que buscam diariamente o Ministério Público e a Defensoria Pública para reclamar o direito à realização de procedimentos eletivos. Na maioria dos casos, foi verificado que essas demandas não constam do Setor de Regulação da Secretaria de Estado da Saúde, que deve ordenar a oferta de procedimentos eletivos hospitalares nos termos da Portaria GM/MS nº 1.559/2008.<br /> <br /> <u><strong>Privilégios e ingerências políticas</strong></u><br /> <br /> Segundo os órgãos, também foram considerados os relatos de ingerências de toda ordem no âmbito dos hospitais da rede pública para privilegiar determinados atendimentos, a exemplo de agentes ligados a parlamentares e a chefes do poder Executivo que abordam pacientes nos hospitais prometendo assegurar atendimento preferencial com claro objetivo eleitoreiro, pois induzem o paciente a acreditar que somente foi atendido por meio da influência política exercida e, por gratidão, manter fidelidade do voto.<br /> <br /> O texto conjunto também cita relatos de servidores públicos que se utilizam da função para privilegiar o atendimento no âmbito dos hospitais da rede pública. Estas práticas podem configurar atos de improbidade administrativa e crimes de tráfico de influência, peculato e de prevaricação.<br /> <br /> A falta de divulgação da lista de pacientes que necessitam realizar procedimentos eletivos no portal da Sesau e nos hospitais da rede pública estadual, bem como daqueles que já estão regulados, viola o direito de acesso às informações assegurado aos pacientes, bem como dificulta o acesso dos órgãos de controle da atividade estatal.<br /> <br /> Segundo a recomendação assinada pelo procurador da República Fábio Loula, pela promotora de Justiça Maria Rosely Pery, pelo defensor público da União Matheus Figueiredo da Silva e pelo defensor público do Estado do Tocantins Artur Luiz Marques, o gestor público tem o dever de desencadear o processo disciplinar para apuração das infrações praticadas por servidores públicos no exercício de suas funções, sob pena de responder pelo crime de condescendência criminosa.<br /> <br /> O documento conjunto também adverte quanto ao dever de obediência de todos os agentes públicos que atuam no âmbito do SUS às normas de direito público, à legislação sanitária e aos instrumentos de planejamento e de gestão, sob pena de responsabilização administrativa, ética, civil e criminal.<br /> <br /> <u><strong>Confira a nota da Sesau</strong></u></span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;"><em>"A Secretaria Estadual de Saúde informa que, ciente da necessidade da publicidade da lista de cirurgias eletivas dos hospitais, já vem trabalhando neste sentido com ações efetivas como a criação de um programa de sistema de informação específico, em que os pacientes serão regulados e ordenados por classificação de risco, entrada no sistema, por unidade hospitalar e especialidade médica.<br /> <br /> Esta lista estará disponível na internet para a consulta e o paciente será identificado por meio do número do cartão SUS (Sistema Único de Saúde) e CID (Classificação Internacional de Doenças) da doença.<br /> <br /> A Secretaria ressalta que estas ações já estão sendo realizadas, antes mesmo da recomendação feita pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal, e Defensorias Públicas da União e do Estado"</em>.</span></div>