Figueirópolis

Secretário de prefeitura é preso em operação contra tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

Esquema já movimentou cerca de R$ 4,5 milhões durante os últimos dois anos.

Por Redação 1.227
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21/01/2025 12h11 - Atualizado há 2 semanas
Momento da prisão do secretário municipal de Figueirópolis (TO)

Notícias do Tocantins – O secretário municipal da Juventude de Figueirópolis, Luan Elvio Barros de Oliveira, está entre os presos na operação contra uma organização criminosa suspeita de tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro. Ele foi detido nesta terça-feira (21), durante a segunda fase da Operação 1º Coríntios 15:33.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), Luan Elvio é investigado por organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ele havia sido nomeado para o cargo de secretário no dia 3 de janeiro deste ano.

O prefeito de Figueirópolis, José Fontoura Primo (Republicanos), informou em nota que o secretário foi exonerado do cargo. Segundo o prefeito, a administração municipal tomou conhecimento da operação somente nesta terça-feira, por se tratar de investigação sigilosa. Disse ainda que os fatos investigados não possuem qualquer vínculo com gestão pública municipal.

A operação

Durante a ação as equipes policiais cumpriram oito mandados de busca e apreensão e de prisão contra suspeitos de tráfico de drogas e envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro envolvendo familiares de criminosos já presos.

O delegado regional de Gurupi, Joadelson Rodrigues Albuquerque, explica que a investigação iniciou há dois anos. “Nosso foco é combater uma organização criminosa em atividade no município de Gurupi e região, que já movimentou durante este período, a quantia de R$ 4,5 milhões por meio do tráfico de drogas e outras práticas criminosas”, destacou.

Titular da DEIC Gurupi, o delegado Rafael Fortes Falcão explica que, mesmo após a 1ª fase, alguns dos suspeitos, principalmente mulheres, realizaram muitas movimentações por meio de depósitos, saques, transferências fracionadas e contas de passagem. “Essa estratégia tinha como objetivo dificultar o rastreamento do dinheiro. Solicitamos a prisão de uma das suspeitas após constatarmos que, mesmo desempregada, e com o marido preso após a primeira fase da operação, ela continuava movimentando quantias significativas”, explicou.

A operação realizada de forma simultânea nos municípios de Gurupi, Formoso do Araguaia e Figueirópolis, além de ações nos estados de Goiás (GO), Rio de Janeiro (RJ) e Pará, resultou na apreensão de documentos, diversos aparelhos celulares, cartões bancários, R$ 750,00 em dinheiro, um notebook, um automóvel, uma arma de fogo, calibre 380, munições calibre 9m e aproximadamente 6kg de drogas. 

O delegado Rafael Falcão informou que, ao todo, oito suspeitos foram presos. “Um dos suspeitos foi preso em flagrante por tentar destruir um aparelho celular durante a ação, e outro foi flagrado com drogas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). A PRF auxiliou na operação e interceptou um dos suspeitos nas proximidades do estado do Pará. Com ele foi encontrado drogas, uma pistola e munições”, destacou. 

Na última sexta-feira (17), um dos alvos da operação foi preso no Rio de Janeiro (RJ). Durante a abordagem, foram apreendidos um veículo e um aparelho celular, que estão sendo analisados pelas autoridades para auxiliar nas investigações. Já nessa segunda-feira, 20, a captura de um suspeito também foi antecipada. “A equipe de inteligência da Deic descobriu que o suspeito havia mudado de endereço e para não haver nenhuma surpresa desagradável, o mandado foi cumprido ontem mesmo, já no novo endereço do indivíduo, em Gurupi”, detalhou o delegado Rafael Falcão.

A operação é parte de um esforço integrado para desarticular uma organização criminosa com atuação interestadual. “O combate ao crime organizado tem sido o foco de todas as forças de segurança em todos os Estados. São organizações que ultrapassam divisas, atuam não só no tráfico de drogas, mas também em outros crimes como lavagem de capitais e outros delitos graves. Essa atuação integrada com os demais estados traz resultados positivos e fortalece o combate às organizações criminosas”, reiterou o delegado e diretor da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), Afonso Lyra.

Todos os detidos nesta operação passaram pelos procedimentos legais cabíveis, as mulheres foram encaminhadas à Unidade Penal Feminina de Talismã. Já os homens serão conduzidos à Unidade Penal de Gurupi.

1ª fase da operação

Conforme balanço parcial da primeira fase da Operação, deflagrada em 3 de julho de 2024, foram cumpridos dez mandados de prisão preventiva, seis pessoas foram presas em flagrante e mais oito pessoas presas em decorrência de mandados.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos com foco na apreensão de documentos, drogas, armas, inclusive de calibre restrito, veículos e demais objetos de interesse para as investigações. Um espaço de eventos, supostamente utilizado para a lavagem do dinheiro proveniente do tráfico, sofreu embargo.

Ao longo da primeira fase, os mandados foram cumpridos no Tocantins (Gurupi, Palmas, Figueirópolis e Peixe), em Goiás (Goiânia, Anápolis e Água Lindas), em Santa Catarina (Camboriú), no Pará (Belém) e no Maranhão (Imperatriz).

Força empregada

A Operação conta com a participação de policiais civis da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), Divisões Especializadas de Repressão ao Crime Organizado (DEIC - Gurupi, Paraíso do Tocantins e Porto Nacional), Divisões Especializadas de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP - Gurupi e Palmas), Divisão Especializada de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DRCOT), Divisão Especializada de Repressão à Corrupção (DECOR - Palmas), Delegacia Especializada de Combate aos Crimes Rurais (Deleagro), Delegacia Especializada de Polícia Interestadual, Capturas e Desaparecidos (POLINTER - Palmas), e das Regionais de Gurupi (7ª DRPC), Paraíso do Tocantins (5ª DRPC) e Porto Nacional (6ª DRPC), bem como de Delegacias de Palmas (1ª, 2ª e 5ª DP) e de Formoso do Araguaia (84ª DP), do Grupo de Operações Táticas Especiais (GOTE), policiais civis de Goiás (DENARC - Goiânia) e da Polícia Rodoviária Federal.

Suspeitos presos durante a operação da Polícia Civil do Tocantins

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