MPE investiga

Sem concurso desde 2009, políticos usam educação como 'curral eleitoral' no Tocantins

Por Agnaldo Araujo
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20/04/2018 16h08 - Atualizado há 5 anos
As contratações irregulares de professores pelo Governo do Tocantins para a rede pública de ensino serão alvos de investigação do Ministério Público Estadual (MPE). O inquérito civil público foi instaurado no dia 03 de abril de 2018 na 6ª promotoria de justiça de Araguaína. Denúncia feita ao MPE aponta que o último concurso para professor do Estado foi realizado em 2009, ou seja, há 9 anos. Desde então, o Governo tem suprido a deficiência de professores mediante contratações diretas. No último mês de março, o Governo prorrogou quase 7 mil contratos temporários apenas na Educação. Mas o que chama a atenção é o fato de que essas contratações obedecem exclusivamente ao critério da indicação política de deputados, prefeitos e vereadores que integram a base aliada do Governo, violando princípios da impessoalidade, moralidade e do concurso público. Um professor graduado em matemática pela Universidade Federal do Tocantins já relatou ao AF Notícias a dificuldade para conseguir um contrato de trabalho na educação do Estado devido à interferência política. Ele disse, na época, que entregou currículo em várias Diretorias Regionais de Educação, inclusive em Araguaína, mas não obteve retorno. Matemática é uma das áreas com maior déficit. No relato, o professor conta que foi orientado a pedir ajuda a 'algum político' para conseguir o emprego. Indignado, ele afirmou que não se sujeitaria a essa 'barganha' por questões éticas. Na ocasião, o professor também cobrou ação por parte do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet) para coibir essa prática imoral. O presidente da entidade, José Roque Santiago afirmou que o sindicato luta contra 'todas as ingerências políticas nas escolas'.  Santiago acrescentou que o sindicato reivindica a realização de concurso público na rede estadual de educação há muito tempo, mas não obtém resposta do Governo. O Sintet chegou a ajuizar um mandado de segurança coletivo em 2016 para que a justiça obrigue o Estado a realizar concurso público, mas nada foi resolvido até agora. Veja mais http://afnoticias.com.br/professor-denuncia-politicagem-para-conseguir-contrato-na-educacao-do-tocantins/ http://afnoticias.com.br/sintet-cobra-concurso-na-educacao-e-ressalta-luta-contra-ingerencias-politicas/  

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