Contradições

Senador Irajá critica gastos do Governo do Estado, mas é investigado por emendas suspeitas

Entenda o caso e as contradições envolvendo o senador Irajá Abreu.

Por Leydiane Lima
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13/03/2025 12h15 - Atualizado há 1 semana
Senador Irajá usou a tribuna do Senado para criticar os gastos com pessoal no Governo do Tocantins

Notícias do Tocantins - O senador Irajá Silvestre (PSD-TO) usou a tribuna do Senado, na última quarta-feira, 12 de março, para criticar o aumento de gastos com a folha de pagamento do Governo do Tocantins. Segundo ele, em 2021, apenas 40% da Receita Corrente Líquida do Estado era comprometida com salários, subsídios e benefícios. Em 2024, esse percentual subiu para 46,32%, o que, em sua visão, reflete "descontrole financeiro" na gestão do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos).

No entanto, a crítica ocorre em um momento delicado para o próprio parlamentar. Irajá é investigado pela Polícia Federal no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas de direcionar emendas parlamentares de forma irregular. Destaque para um considerável valor de R$ 57,2 milhões destinados à saúde de Araguaína em 2024 — e pagos em fevereiro de 2025, conforme registros oficiais.

Segundo informes do Ministério Público Federal (MPF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), algumas emendas individuais teriam sido usadas para fortalecer aliados políticos, sem mecanismos claros de prestação de contas.

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Municípios Pequenos, Valores Expressivos

Um dos pontos sob investigação é a distribuição de recursos em cidades de pequeno porte. Lavandeira, município com menos de 2 mil habitantes, recebeu R$ 6,7 milhões em emendas do senador — valor considerado desproporcional à sua capacidade de gestão. Investigadores apontam falta de transparência na aplicação dos recursos, com relatórios da CGU destacando dificuldades para rastrear se os valores foram efetivamente usados em serviços públicos.

Contradição e Pressão Política

A postura de Irajá gera questionamentos: enquanto ele acusa o governo estadual de má gestão, suas próprias emendas são alvo da Controladoria-Geral da União (CGU). E enquanto isso, o caso reacende o debate sobre a necessidade de maior transparência no orçamento público. 

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