<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;"><u>Arnaldo Filho</u><br /> <em>Portal AF Notícias</em><br /> <br /> A situação dos pacientes que fazem tratamento com radioterapia no Hospital Regional de Araguaina (HRA) é preocupante, segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU).<br /> <br /> De acordo com a auditoria do órgão, o único acelerador da unidade hospital, e em funcionamento no Tocantins, tem mais de 10 anos, funciona 18 horas por dia e atende em média 103 pacientes diariamente. Em decorrência desse longo período de funcionamento, o acelerador de radioterapia para de funcionar com frequência, <em>“o que é preocupante uma vez que a cada dia de tratamento que o paciente oncológico perde, suas chances de sobrevivência diminuem 1,2%”</em>, segundo os técnicos do Tribunal de Contas.<br /> <br /> Para mostrar a gravidade do problema, o TCU também divulgou a quantidade de dias em que o aparelho não funcionou, durante os meses de janeiro a agosto de 2013.<br /> <br /> Janeiro 10 a 16 - 18 a 25 <br /> <br /> Fevereiro 11 a 12 - 18 a 20 <br /> <br /> Março 1 a 8<br /> <br /> Abril 8 a 12 - 17 a 19 <br /> <br /> Maio 15 a 17<br /> <br /> Junho 21 a 26<br /> <br /> Julho 5 a 8 - 11 a 13<br /> <br /> Agosto 8 a 15<br /> <br /> De acordo com o relatório, de janeiro a agosto a máquina ficou sem funcionar durante 60 dias, situação capaz de diminuir as chances de sobrevivência de um paciente com câncer em até 72%. Outro grave problema é que muitos destes pacientes moram no interior do Tocantins, e em outros Estados, mas só ficam sabendo se o equipamento está em funcionamento quando chegam ao Hospital Regional de Araguaína (HRA).<br /> <br /> <u><strong>Superlotação</strong></u><br /> <br /> Outro grave problema é a superlotação a unidade, ocasionada, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, pela falta de investimentos nos últimos 10 anos. No dia da visita dos técnicos ao HRA havia 94 pacientes nos corredores do hospital. Ainda conforme o TCU, o hospital não consegue cumprir as metas de cirurgias, em razão de não haver leito de UTI disponível. Na época existiam pacientes internados há mais de 56 dias esperando a realização da cirurgia.<br /> <br /> Apesar de ter um espaço físico bastante limitado, três salas no ambulatório de oncologia do Hospital Regional são utilizadas pela CDT (empresa terceirizada). Conforme a Secretaria de Saúde, as terceirizadas pagam pela utilização dos espaços. Já o mamógrafo, que pertence ao Estado e é operado por terceirizados, funciona ao lado do consultório, o que gera riscos para funcionários e pacientes. O ideal é que os exames dos pacientes internados sejam realizados na unidade hospitalar, segundo o TCU.<br /> <br /> <u><strong>Em resumo</strong></u><br /> <br /> Para a representante do Ministério Público Estadual de Araguaína, promotora Araína D’Alessandro, a situação da saúde pública na cidade pode ser resumida da seguinte forma: falta constante de medicamentos e insumos; ausência de EPI (Equipamentos de Proteção Individual); falta de planejamento para aquisição de medicamentos e insumos; longa fila de espera pelas cirurgias seletivas; estrutura física inadequada e ausência de uma política de controle de frequência mais eficaz.<br /> <br /> <strong><u>O outro lado</u></strong><br /> <br /> Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que já foi adquirido um novo Acelerador Linear e está na fase de construção da sala específica para sua instalação, que deverá acontecer nos próximos meses. Com isso o Hospital Regional de Araguaína passará a contar com dois Aparelhos de Radioterapia para atender a população.<br /> <br /> Ainda segundo a nota, existe um projeto para implantar o tratamento de radioterapia em Palmas. O serviço deve ser prestado após a ampliação do Hospital Geral Público de Palmas.<br /> <br /> Como solução imediata para a superlotação, a Sesau disse que abrirá 60 novos leitos no HRA nos próximos dias, após a transferência da área administrativa do hospital para outro imóvel, já alugado.</span></div>