Governo do Tocantins

Wanderlei reage a decreto de emergência e acusa Laurez de tentar criar uma 'crise artificial'

Partido Republicanos promete acionar a Justiça contra decreto de Laurez.

Por Conteúdo AF Notícias 627
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03/11/2025 23h52 - Atualizado há 1 semana
Wanderlei contesta dívida bilionária citada por Laurez Moreira

Notícias do Tocantins - A decisão do governador em exercício Laurez Moreira (PSD) de decretar situação de emergência na Saúde provocou forte reação política e abriu uma nova frente de embate com o governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos), que contestou a dívida apresentada, negou a existência de rombo bilionário nas contas públicas e acusou o ex-aliado de tentar fabricar uma crise para justificar medidas excepcionais na administração estadual. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (03/11) durante coletiva de imprensa no Palácio Araguaia.

Durante o pronunciamento, Laurez afirmou que o governo identificou um rombo de cerca de R$ 1 bilhão nas contas do Estado, sendo R$ 580 milhões apenas na Secretaria de Estado da Saúde (SES), e anunciou um decreto emergencial para permitir a adoção de medidas administrativas e financeiras que restabeleçam o equilíbrio das contas públicas. Segundo ele, o decreto vai viabilizar a renegociação de contratos, auditorias e revisão de gastos.

A medida, no entanto, foi duramente criticada por Wanderlei Barbosa e pelo partido Republicanos, que prometeu acionar a Justiça para impedir a publicação do decreto.

Wanderlei contesta números e critica decreto

Em nota, o governador afastado afirmou que a situação financeira da Saúde não justifica o decreto de emergência e que os números divulgados por Laurez são “superestimados” e “sem qualquer comprovação técnica”.

Segundo Wanderlei, a Secretaria da Saúde possui orçamento anual superior a R$ 3,2 bilhões, e é normal a existência de restos a pagar entre um exercício e outro. “Cerca de 10% desse valor, aproximadamente R$ 320 milhões, são contas de novembro e dezembro que naturalmente passam para o exercício seguinte. Isso ocorre em todas as gestões e não representa crise”, afirmou.

Ele destacou ainda que, durante sua administração, foram pagos mais de R$ 700 milhões em dívidas de gestões anteriores, garantindo a continuidade dos serviços e o pagamento regular a fornecedores e profissionais da saúde.

“Laurez e seus secretários não apresentaram provas de um rombo de R$ 580 milhões. Para chegar a esse número, só considerando dívidas prescritas há mais de cinco anos. Estão tentando fabricar uma crise artificial”, afirmou Wanderlei Barbosa.

Republicanos promete recorrer à Justiça

O partido Republicanos informou que seu departamento jurídico já foi acionado e que, caso o decreto seja publicado, ingressará com uma ação civil pública e provocará os órgãos de controle para impedir sua execução.

Segundo o partido, o decreto “abre espaço para contratações sem licitação e pode criar um ambiente propício a desvios de recursos públicos”, contrariando os princípios da transparência e da boa gestão fiscal. Porém, essa informação foi negada por Laurez.

Wanderlei defende estabilidade financeira

A equipe de Wanderlei Barbosa ressaltou que, durante sua gestão, o Tocantins manteve estabilidade fiscal e cumpriu rigorosamente as metas de investimento em saúde, aplicando 18% da receita, valor 50% acima do mínimo exigido por lei.

Também destacou que, sob a administração de Wanderlei, o Estado melhorou sua nota de capacidade de pagamento (Capag) junto à Secretaria do Tesouro Nacional, evoluindo de “C” para “B+”, o que demonstra equilíbrio fiscal e responsabilidade na gestão pública.

Servir também entra na disputa

O Plano de Assistência à Saúde dos Servidores do Tocantins (Servir) também foi citado na troca de acusações. Segundo Laurez, a dívida com fornecedores soma cerca de R$ 200 milhões. Por outro lado, Wanderlei afirmou que, durante sua gestão, o plano foi totalmente regularizado e ampliado, tornando-se referência entre os servidores. Segundo ele, mais de R$ 100 milhões em dívidas antigas foram quitadas, e a rede credenciada foi expandida em mais de três vezes.

De acordo com Wanderlei, há dois meses o governo interino deixou de repassar valores descontados da folha dos servidores ao plano, o que estaria gerando dificuldades financeiras. “O que a atual gestão chama de déficit de R$ 50 milhões é, na verdade, a contrapartida normal do Estado para manter o equilíbrio do plano”, afirmou.

Wanderlei também rebateu as críticas sobre supostas dívidas do Servir. Segundo ele, o prazo médio de pagamento a médicos, clínicas e hospitais é de cerca de quatro meses, entre a prestação do serviço, emissão da nota e processamento administrativo, o que seria o trâmite padrão.

Clima político acirrado

A disputa de versões entre Laurez Moreira e Wanderlei Barbosa amplia a tensão política no Estado desde o afastamento do governador titular, em setembro. Enquanto o governo interino afirma que enfrenta uma situação crítica de endividamento e colapso nos serviços, o grupo de Wanderlei sustenta que o Estado mantinha equilíbrio fiscal e funcionamento normal da máquina pública.

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