Centenas de pais e mães de família que trabalham nos hospitais da rede pública de saúde do Estado ainda não receberam o pagamento referente ao mês de agosto. São pessoas que atuam na parte da higienização, lavanderia e na cozinha das unidades, que estavam contratadas até o dia 30 de agosto pela empresa Litucera e agora pelo próprio Governo do Estado, após a rescisão contratual. São cerca de 1,4 mil funcionários na mesma situação em todo o Tocantins. Uma servidora do Hospital Regional de Araguaína (HRA), cuja identidade será preservada, relatou ao
AF Notícias o drama sofrido pelos trabalhadores.
“Meu sogro pagou a minha energia, mas a água está quase para cortar. Tenho filhos e somos pessoas humildes. Estamos trabalhando, mas não sabemos quando vamos receber. É uma falta de respeito”, desabafou. Segundo a funcionária, a empresa Litucera justifica que seus bens estão bloqueados judicialmente e só efetuará o pagamento quando o juiz liberar. Além disso, a empresa também não deu baixa nas carteiras de trabalho e nem pagou os direitos trabalhistas. De acordo com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), a empresa tem até 10 dias, após a rescisão do contrato de trabalho, para pagar as verbas rescisórias.
Entenda O contrato entre a empresa Litucera e o Governo do Estado foi marcado por impasses e paralisação dos serviços. De um lado, o Governo atrasa o pagamento da prestação de serviços e, de outro, a empresa pressionava suspendendo o fornecimento de alimentação nos hospitais. Diante disso, o Governo rompeu o contrato com a Litucera e assumiu emergencialmente os serviços no dia 1º de setembro. Os profissionais da empresa dispensados foram contratados pelo Estado e continuaram trabalhando. A reportagem já solicitou posicionamento da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).