Preso em condomínio de luxo

Fraude no concurso da PM-TO: 'Concurseiro' respondia provas e repassava gabarito para candidatos

Por Agnaldo Araujo
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21/06/2018 15h30 - Atualizado há 5 anos
O homem apontado pela Polícia Civil como líder da quadrilha que fraudou o concurso da PM do Tocantins era quem realizava as provas dos certames e repassava o gabarito para os candidatos que pagavam pelas repostas. A informação foi revelada à imprensa pela Polícia Civil do Piauí, que já investigava a quadrilha. Antônio Ferreira Lima Sobrinho, mais conhecido como 'Concurseiro', foi preso temporariamente na manhã desta quinta-feira (21) em um condomínio de luxo na avenida Raul Lopes, Zona Leste de Teresina (PI), juntamente com Aline Oliveira Santana, sua esposa, e Gabriela Oliveira Santana, cunhada. "Ele é uma pessoa altamente inteligente e conseguiu aprovação em mais de 30 concursos públicos. Fazia as provas e repassava os gabaritos. No Piauí, fez o de agente da Polícia Civil e pretendia fazer o de perito que ainda vai acontecer. Ele não deve participar, pois está preso temporariamente e pode ter a prisão convertida em preventiva", disse a delegada Alexandra Santos, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado no Piauí (Greco). Ainda segundo a delegada, Antônio fez o concurso da PC-PI sendo monitorado por uma equipe do Greco. "Como sabíamos de seus antecedentes, fizemos um trabalho policial de monitoramento com ele do começo ao fim do certame. Aqui no Piauí ele não teve nem como pensar em fraudar nosso concurso", destacou. Ainda de acordo com a delegada, Antônio já foi preso outras vezes. "Ele é conhecido em outros Estados e já foi preso. A atuação dele é de estudar, fazer a prova e repassar o gabarito. Ele é muito inteligente", acrescentou. O 'Concurseiro' era servidor público no Instituto Federal do Maranhão (Ifma), mas foi exonerado em 2012. Outras nove pessoas foram presas no Maranhão no âmbito da 'Operação Aleteia', comandada pela Delegacia Especializada em Investigações Criminais de Araguaína (TO). As prisões têm duração inicial de cinco dias, mas pode ser prorrogada ou convertida em preventiva, que não tem prazo de duração. ENTENDA A suspeita de fraude no concurso da PM-TO foi denunciada pelo AF Notícias um dia após a aplicação das provas objetivas em 11 de março de 2018. O certame oferta 1.000 vagas para soldado e 40 para oficiais. No total, 86.523 candidatos tiveram as inscrições deferidas. A remuneração ofertada é de R$ 4.455,46 para soldado e R$ 8.382,10 para oficial. Na época, o AF divulgou com exclusividade o registro oficial de ocorrência relatando a apreensão de um celular com vários gabaritos dentro do banheiro de uma faculdade em Araguaína. O celular da marca Nokia estava dentro de um cesto de lixo no banheiro masculino, debaixo da sacola, e foi encontrado pela equipe de limpeza. Em Arraias, no sul do Tocantins, uma turma se recusou a realizar a prova em virtude de um dos envelopes estar rasgado. Segundo candidatos, os dois lacres estavam rompidos. Na ocorrência, a PM disse que o envelope foi fechado e devolvido à banca organizadora. O concurso está atualmente suspenso por decisão do Tribunal de Justiça devido à instabilidade política e administrativa decorrente da cassação do ex-governador Marcelo Miranda (MDB) e realização de eleições suplementares. Veja mais http://afnoticias.com.br/operacao-prende-12-pessoas-suspeitas-de-fraudar-concurso-publico-da-policia-militar-do-tocantins/ http://afnoticias.com.br/concurseiro-e-apontado-como-lider-da-quadrilha-que-fraudou-concurso-da-pm-do-tocantins/

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