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Abuso sexual infantil e suas consequências na vida adulta é tema de artigo em Araguaína

Por Agnaldo Araujo 620
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02/06/2016 16h01 - Atualizado há 5 anos
O abuso sexual infantil traz diversos traumas para a vida das vítimas, e pode gerar consequências duradouras, principalmente quando não tiver o devido tratamento. É o que apresenta a estudante de Araguaína (TO) Aline Maria dos Santos em seu artigo intitulado "Abuso sexual infantil e suas consequências na vida adulta". O objetivo do trabalho é fazer uma reflexão sobre como esse abuso contra crianças e adolescentes pode comprometer o futuro. O trabalho foi apresentado como requisito para conclusão do curso de pós-graduação em Direito Constitucional e Docência Universitária da Faculdade Católica Dom Orione. O dia 18 de maio é dedicado nacionalmente ao combate à exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes. Em seu artigo, a autora define a violência sexual como uma violação dos direitos sexuais, por quem abusa e explora o corpo e a sexualidade, seja pela força ou de outra forma de coerção, ao envolver crianças e adolescentes em atividades sexuais impróprias à sua idade cronológica, ou ao seu desenvolvimento físico, psicológico e social, que pode ter consequências danosas e duradoras para a vítima. Podendo ocorrer de duas formas: Abuso sexual e Exploração sexual. Mas antes, Aline apresenta que a iniciação precoce da criança e do adolescente na atividade sexual ocorre desde muito tempo. Como na Grécia Antiga, que era comum o coito anal entre alunos e professores. E também o imperador romano Tibério, que tinha crianças como objeto de prazer. No Brasil Colônia não foi muito diferente: muitas negras sofriam abusos até os nove anos de idade. Em decorrência disso, vários movimentos surgiram e leis foram aprovadas na defesa dos direitos dessas pessoas. Quando uma criança é abusada, o silêncio se torna um aliado para ela. “O sentimento de culpa, à ameaça e o sentimento que o abusado é a pior pessoa do mundo, não os permitem falar sobre a violência sofrida, sendo o segredo o seu principal aliado, dificultando o acompanhamento da vítima e a prisão do agressor”, afirma Aline. E esse abuso pode ocorrer tanto de pessoas fora do convívio da criança ou adolescente, quanto de pessoas próximas e até mesmo de parentes, como irmãos, primos e padrastos. Indicadores Alguns indicadores apontam que uma criança foi violentada, como arranhões, sinais de mordidas ou outras lesões na boca, nos seios, nas nádegas, no baixo-ventre, ou nas coxas; roupas íntimas rasgadas, manchadas, presença de sangue, provam de que as roupas foram arrancadas e, depois recolocadas, dificuldades de andar ou de sentar, coceira, inflamação, hemorragias nos órgãos genitais; infecções recorrentes das vias urinárias, dilatação vaginal, anal ou uretral, sensações dolorosas ao urinar, presença de líquido seminal nas roupas, ou nos órgãos genitais. E ainda medo nos relacionamentos com os adultos, problemas emocionais, como imprevistas mudanças de humor, ansiedade, vergonha ou choro repentino, insônia, pesadelos ou enurese noturna, perturbações alimentares, depressão, pequena estima por si mesma, atos de causar lesões em si mesma ou tentativas de suicídio, fugas de casa, queda do rendimento escolar, ou faltas na escola e ainda comportamento de sedução ou sexuais para com os adultos. A autora finaliza seu artigo afirmando que o abuso além de trazer consequências profundas também faz a vítima perder o amor próprio. “Nota-se que o abuso, além de trazer consequências profundas, a vítima perde a espontaneidade e a ingenuidade de sua sexualidade e acaba ficando privado de sua inocência, levando ao sentimento de culpa, e este sentimento acaba deixando marcas, e uma delas é a falta de amor próprio”, pondera. Conforme Aline, a infância é para ser vivida de forma alegre, sonhadora e esperançosa e não para ser destruída por “covardes”.

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