A estudante Kamila Marinho adotou um cachorro que foi abandonada pela antiga família amarrado a uma corrente.
A adoção de gatos e cachorros filhotes é feita facilmente, enquanto muitos animais já maduros aguardam a oportunidade de terem um lar. Geralmente, os adotantes acreditam que esses bichinhos não se adaptarão à nova família.
Com animais adultos não existem surpresas em relação à personalidade, tamanho ou comportamento, porque eles já estão com tudo isso definido. Além disso, eles também são independentes, pois requerem menos cuidados que filhotes. Animais resgatados também tendem a ser mais gratos com seus donos.
A estudante Kamila Marinho, de 21 anos, adotou um cachorro com um pouco mais de um ano de idade e disse ter ficado muito feliz com a decisão. “Quando pensamos na ideia de adoção, sempre era um filhote. No entanto, decidimos entrar em contato com alguma ONG e escolhermos o que mais gostássemos. Procurando nas redes sociais, encontramos o Estopinha e foi amor à primeira vista!”, descreveu Kamila.
Segundo a tutora, Estopinha era de uma família pobre e, algumas vezes, até faltava comida para o animal. “Ele vivia no relento pegando chuva e sol, era desnutrido e cheio de carrapatos. Até que um dia a família foi embora dessa casa e abandonou ele preso a uma corrente, quando a dona da ONG o encontrou”, disse.
Kamila conheceu a história dele e sabia que era o cachorrinho certo. “Daí começamos o processo da adoção. Ao contrário do que muita gente pensa, cachorro adulto é bem mais fácil de cuidar, pois a fase de fazer xixi em tudo e de sair quebrando as coisas já passou. Ele nunca nos deu trabalho, só trouxe alegria para nossa vida e é o meu xodó”, finalizou a estudante.
Responsável pela Organização Não Governamental Resgata Palmas, Irisnaide Pereira da Silva explicou o motivo de existir dificuldade de adoção de animais adultos ou idosos. “As pessoas preferem filhotes para que a criação seja da própria maneira, para que se acostumem desde pequenos com a casa e outros animais”, explicou ela.
“As pessoas têm receio pelo fato de já estarem acostumados com outras pessoas ou até mesmo nas ruas e não se adaptarem ao novo lar, por não conhecer a personalidade do animal. Já os idosos, são mais difíceis porque requer uma atenção especial”, contou ela.
Ainda segundo Irisnaide Pereira, as pessoas podem esperar muito amor e gratidão de animais mais velhos, apesar de ser necessário cuidado maior, pois eles são gratos mesmo não conseguindo falar.
A responsável pela Ong disse também que os primeiro dias podem ser os mais difíceis, pois o animal precisa se adaptar ao ambiente.
“Não deixar o animal sozinho por muito tempo, dar um pouco mais de atenção, ter mais paciência com o processo de adaptação, que pode demorar ou não, principalmente se tiver outros animais em casa, são algumas dicas”, finalizou.