O Governo disse que não vê sentido nesta ação proposta pelo MPF.
A Procuradoria Regional Eleitoral do Tocantins ingressou com um novo pedido de cassação do mandato do governador Mauro Carlesse e do vice, Wanderlei Barbosa, ambos do PHS, baseado na extinção de 15,7 mil contratos temporários no dia 1º de janeiro. A representação foi protocolada no TRE-TO no domingo (6).
Conforme o procurador eleitoral Álvaro Manzano, a contratação excessiva de servidores temporários na eleição suplementar se estendeu às eleições estaduais e desequilibrou o pleito a favor de Carlesse. Caso o pedido seja aceito, o MP pede ainda a realização de nova eleição para governador e vice do Tocantins.
O procurador argumenta que a extinção dos contratos é um indício de que os milhares de servidores nunca foram necessários ao serviço público e tinham apenas a finalidade de obterem apoio eleitoral.
"Essa ação demonstra cabalmente que as condutas abusivas praticadas pelos requeridos nas eleições suplementares, tais como a contratação excessiva de servidores temporários, foram estendidas às eleições estaduais, desequilibrando o processo eleitoral a seu favor", escreveu o procurador.
A asssessoria do governador disse que Carlesse "cumpriu estritamente as determinações da Justiça Eleitoral e também do Tribunal de Contas". Conforme a nota, o Governo não vê sentido nesta ação proposta pelo MPF e que acredita no trabalho da Justiça.
"Portanto, não foi praticado nenhum ato que tenha infringido as leis eleitorais. Tanto que somente agora em Janeiro, após o fim do período vedado pela Justiça Eleitoral, o Governo iniciou o processo de reforma administrativa e enxugamento da máquina com a extinção de cargos temporários e comissionados em excesso", finaliza.
Em razão de supostos abusos na eleição suplementar, o MP Eleitoral já havia pedido a cassação do governador e vice numa Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), que aguarda julgamento no TRE-TO.