Norte do Estado

Operação prende 10 dos 11 vereadores de Augustinópolis acusados de corrupção

Apenas o presidente da Câmara, Cícero Cruz Moutinho, não teve a prisão decretada, mas será levado para depor.

Por Redação 2.531
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25/01/2019 08h12 - Atualizado há 5 anos
A operação visa prender 10 dos 11 vereadores

A Polícia Civil deflagrou uma operação na manhã desta sexta-feira (25) para prender 10 dos 11 vereadores de Augustinópolis, no norte do Tocantins.

As investigações da operação chamada de Perfídia apontaram que os parlamentares cobravam propina para aprovar projetos enviados pela prefeitura. O esquema movimentava cerca de R$ 40 mil por mês.

Apenas o presidente da Câmara, Cícero Cruz Moutinho, não teve a prisão decretada, mas será levado para depor. Também prestarão depoimento o secretário de Administração do município e um servidor do Controle Interno.

A operação é feita pela Polícia Civil e Ministério Público. São 14 mandados de busca e apreensão, dez de prisão temporária e três mandados de condução para depor.

Além de autorizar a operação, a Justiça ainda determinou o afastamento dos 10 vereadores por 180 dias. Em decorrência disso, os suplentes serão convocados para assumir as vagas na Câmara.

ESCUTAS TELEFÔNICAS

Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça mostram os vereadores falando abertamente sobre um "extra" para votação dos projetos. "E viu algum boato se vão pagar ao menos mais um extra pra nós esse mês", perguntou o vereador Silvano em conversa com a vereadora Ângela Maria. 

Em outra conversa em dezembro do ano passado, o vereador Antônio Barbosa diz a Antônio Feitosa que "avisou que pode preparar a extra", caso contrário, a LOA 2019 (Lei Orçamentária Anual) não seria votada em 2018.

Já o vereador Wagner pergunta a Feitosa: "Em, aquele negócio lá não passaram não?".  

O ESQUEMA

A Polícia investiga os crimes de corrupção passiva e corrupção ativa. A denúncia foi feita por um cidadão. Os pagamentos variavam de R$ 1 mil até R$ 8 mil por mês. Os valores seriam diferenciados e determinados em razão da força política que exercem dentro da estrutura administrativa e social. 

Todo o esquema seria "negociado, gerenciado e liderado" pelo vereador Edvan Neves da Conceição (MDB), conhecido como Neguin da Civil, por ser policial civil e, por isso, ele recebia em patamar superior.  

A vereadora Maria Luísa de Jesus do Nascimento, Luizinha (PP), também recebia valores mais expressivos em razão da sua força política, com ligações estreitas com o Palácio Araguaia. Segundo a denúncia, todos ou quase todos os vereadores teriam efetivamente envolvimento com a 'mesadinha'.  

Os pagamentos seriam realizados em espécie a partir do dia 20 de cada mês na própria sede da Prefeitura de Augustinópolis. 

Todos os vereadores, com exceção do presidente da Câmara, são citados nominalmente no esquema de corrupção em áudios interceptados.  

Os mandados de prisão são contra os seguintes vereadores:

 - Maria Luisa de Jesus do Nascimento

 - Antônio Silva Feitosa

- Antônio Barbosa Sousa

- Antônio José Queiroz dos Santos

- Edvan Neves Conceição

- Ozeas Gomes Teixeira

- Francinildo Lopes Soares

- Angela Maria Silva Araújo de Oliveira

- Marcos Pereira de Alencar

- Wagner Mariano Uchôa Lima

Os vereadores foram afastados de suas funções
Agentes cumprindo os mandados
Policiais na prefeitura de Augustinópolis
A operação também conta com participação do Gote

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