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A hormonioterapia é uma das terapias mais comuns no tratamento do câncer de mama.
O câncer de mama e os tratamentos oncológicos frequentemente levantam dúvidas sobre como o corpo da mulher pode reagir, especialmente quando o assunto envolve o ciclo menstrual. Muitas mulheres que enfrentam o tratamento oncológico se perguntam se podem continuar menstruando ou se há a possibilidade de interrupção completa dos ciclos menstruais durante o processo. Para responder a essa pergunta, é importante entender os impactos dos tratamentos no corpo feminino e como eles podem alterar a menstruação, além de influenciar a fertilidade.
Em primeiro lugar, a menstruação ocorre quando o tecido que reveste o útero, o endotélio, se descama, devido à ausência de fecundação do óvulo. Esse ciclo ocorre normalmente ao longo da vida fértil de uma mulher. No entanto, alguns tratamentos oncológicos, como quimioterapia e hormonioterapia, podem alterar a regularidade da menstruação.
A hormonioterapia é uma das terapias mais comuns no tratamento do câncer de mama, especialmente quando a doença é hormonossensível. Esse tipo de tratamento usa medicamentos que alteram a produção e circulação de hormônios no corpo, com o objetivo de impedir que os tumores continuem a crescer com o auxílio de hormônios como o estrogênio. Como resultado, a hormonioterapia pode afetar diretamente a função ovariana, levando a uma desorganização no ciclo menstrual.
Em alguns casos, a paciente pode deixar de menstruar completamente (amenorreia), enquanto em outros, os ciclos menstruais podem continuar, mas de forma irregular. É importante destacar que essas alterações não estão relacionadas diretamente à evolução do câncer, mas sim aos efeitos colaterais da terapêutica. Para mulheres ainda em idade fértil que desejam engravidar, é fundamental discutir com o médico as possibilidades e alternativas para preservar a fertilidade.
Outro tratamento que pode impactar o ciclo menstrual é a quimioterapia. Ela pode prejudicar a função dos ovários, resultando em períodos de amenorreia. Embora essa condição possa ser reversível após o término do tratamento, em alguns casos os danos causados aos ovários podem ser permanentes. A intensidade dessa alteração depende de diversos fatores, como o tipo de quimioterapia e a dose administrada. É essencial que as pacientes discutam com seus médicos as possíveis consequências para a fertilidade e as opções para preservação, como o congelamento de óvulos.
Um dos medicamentos mais utilizados no tratamento do câncer de mama é o tamoxifeno, que pode provocar alterações no ciclo menstrual das mulheres. Esse medicamento é utilizado para tratar casos de câncer de mama com receptores hormonais positivos. Como o tamoxifeno atua bloqueando a ação do estrogênio, ele pode tornar os ciclos menstruais irregulares, com sangramentos mais leves ou até mesmo a interrupção da menstruação.
No entanto, é importante ressaltar que, para a maioria das mulheres em idade fértil, os ovários continuam funcionando normalmente enquanto o tamoxifeno está sendo administrado. A interrupção completa da menstruação pode ocorrer em algumas mulheres, mas em muitos casos, os ciclos menstruais retornam após o fim do tratamento.
Além das alterações no ciclo menstrual, muitas mulheres com câncer de mama se preocupam com a possibilidade de comprometer sua fertilidade durante o tratamento. O impacto na fertilidade varia de acordo com o tipo de tratamento adotado.
A quimioterapia, por exemplo, pode reduzir a capacidade de a mulher engravidar, pois os medicamentos utilizados podem danificar os ovários. Em alguns casos, a fertilidade pode ser recuperada após o término do tratamento, mas em outros, a infertilidade pode ser permanente. Para mulheres que desejam ter filhos, é importante discutir com seu médico a possibilidade de congelar óvulos antes de iniciar o tratamento, para preservar suas opções reprodutivas.
Por sua vez, a hormonioterapia pode induzir a menopausa precoce, o que também afeta a capacidade de engravidar. A remoção dos ovários, em alguns casos, pode ser uma intervenção profilática, mas essa medida resulta em perda permanente da fertilidade.
Para mulheres que desejam engravidar após o tratamento, é fundamental que discutam com seus médicos as alternativas para preservação de fertilidade, como o congelamento de óvulos ou embriões. A fertilização in vitro também é uma possibilidade para aquelas que já congelaram seus óvulos.
Este conteúdo não substitui um diagnóstico médico. Em caso de sintomas, procure sempre a orientação de um profissional de saúde.
Referência: mastologistaemsaopaulo