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A pré-eclâmpsia pode evoluir para condições mais graves, como a eclâmpsia e a síndrome de Hellp.
A pré-eclâmpsia é uma das complicações mais graves que pode ocorrer durante a gravidez, afetando não apenas a saúde da gestante, mas também o bem-estar do bebê.
Recentemente, a cantora Lexa compartilhou com seus seguidores nas redes sociais a triste perda de sua filha recém-nascida, Sofia, que aconteceu devido à pré-eclâmpsia e à síndrome de Hellp, complicações que levaram ao parto prematuro da bebê. Para entender melhor essas condições e como prevenir complicações futuras, conversamos com a ginecologista e obstetra Joeline Cerqueira, especialista em Reprodução Humana.
A pré-eclâmpsia é uma condição obstétrica que surge, geralmente, após a 20ª semana de gestação. Ela provoca hipertensão arterial, o que pode comprometer a saúde da mãe e do bebê, e pode levar à perda de proteína na urina (proteinúria). Essa condição ocorre porque, na pré-eclâmpsia, os vasos sanguíneos que nutrem a placenta não conseguem se adaptar para aumentar o fluxo sanguíneo necessário para o desenvolvimento saudável do feto.
Joeline Cerqueira explica que, com a circulação comprometida, a pressão arterial da gestante aumenta para níveis críticos, acima de 140/90 mmHg, o que demanda um acompanhamento rigoroso.
A pré-eclâmpsia pode evoluir para condições ainda mais graves, como a eclâmpsia e a síndrome de Hellp. A eclâmpsia é caracterizada por convulsões generalizadas ou coma em gestantes e é uma emergência médica.
Já a síndrome de Hellp, outra complicação que pode derivar da pré-eclâmpsia, envolve a hemólise (destruição das células vermelhas do sangue), níveis elevados de enzimas hepáticas e uma diminuição do número de plaquetas. Essa combinação de fatores pode indicar falência de órgãos importantes, como os rins e o fígado, aumentando o risco para a saúde materna e fetal.
Embora a causa exata da pré-eclâmpsia ainda não seja completamente compreendida, existem vários fatores que aumentam o risco da condição, incluindo:
Primeira gestação
Gravidez precoce (antes dos 18 anos) ou tardia (após os 40 anos)
Hipertensão crônica
Diabetes
Lúpus
Obesidade
Histórico familiar de hipertensão ou doenças relacionadas à gestação
Gravidez múltipla (gêmeos)
A prevenção da pré-eclâmpsia está diretamente ligada ao acompanhamento pré-natal rigoroso e ao controle da pressão arterial da gestante. A obstetra destaca que, para gestantes com fatores de risco, o uso de medicamentos como cálcio e AAS infantil (aspirina em doses baixas) pode reduzir consideravelmente as chances de desenvolvimento da condição.
É essencial que o acompanhamento médico comece o mais cedo possível, preferencialmente entre a 12ª e 16ª semana de gestação, já que a formação da placenta, que é crucial para o desenvolvimento da pré-eclâmpsia, ocorre nesse período.
Embora a pré-eclâmpsia possa ser assintomática em alguns casos, alguns sinais devem ser observados com atenção. Entre os sintomas comuns estão:
Dor de cabeça forte e persistente
Inchaço no rosto e nas mãos
Ganho de peso significativo em uma semana
Dificuldade para respirar
Náusea ou vômito nos primeiros meses de gestação
Alterações na visão
Dor abdominal, especialmente no lado direito
Na eclâmpsia, os sintomas podem incluir dores de cabeça, dor abdominal, distúrbios visuais antes das convulsões e sangramento vaginal. Caso haja suspeita de eclâmpsia, é essencial buscar atendimento médico imediato.
O principal objetivo do tratamento da pré-eclâmpsia é o controle da pressão arterial. Para isso, podem ser usados medicamentos hipotensores, tanto orais quanto injetáveis, que ajudam a manter os níveis de pressão arterial abaixo de 140/90 mmHg. Além disso, a gestante pode ser orientada a adotar uma dieta com baixo teor de sal e açúcar, repousar e aumentar a ingestão de líquidos.
O acompanhamento pré-natal também deve ser mais rigoroso, com monitoramento constante da pressão arterial e exames laboratoriais para garantir a saúde da mãe e do bebê.
A pré-eclâmpsia e suas complicações, como a eclâmpsia e a síndrome de Hellp, são condições graves que exigem atenção médica constante. O acompanhamento pré-natal adequado e o controle da pressão arterial são essenciais para reduzir os riscos e garantir uma gestação saudável. Caso você esteja grávida ou conheça alguém que esteja, é importante estar atenta aos sinais e sintomas dessas condições e buscar ajuda médica imediatamente em caso de suspeita.
Entre em contato com profissionais de saúde especializados para obter mais informações e orientações sobre como garantir a saúde de mãe e bebê durante a gestação.