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Combater câncer de colo

Plano nacional para a eliminação do câncer de colo de útero aposta na vacinação e rastreio

Doença é a quarta maior causa de morte em mulheres.

Por Nicole Almeida
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06/12/2024 11h20 - Atualizado há 1 mês
Novo plano para combater câncer de colo tem foco em rastreio e vacina

O câncer de colo do útero é um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil, sendo a quarta maior causa de morte entre mulheres e responsável por cerca de 7 mil óbitos anualmente. Com o objetivo de transformar essa realidade, o novo Plano Nacional para a Eliminação do Câncer de Colo de Útero busca modernizar o diagnóstico, acelerar o tratamento e ampliar a vacinação contra o HPV, que é a principal causa da doença.

Um panorama alarmante da doença no Brasil

Atualmente, o câncer de colo do útero é o terceiro tipo de tumor mais prevalente entre mulheres no Brasil, com aproximadamente 17 mil novos casos por ano. Quase 100% dos diagnósticos estão associados ao HPV, um vírus transmitido sexualmente. Estima-se que 65% das pacientes só descubram a doença em estágios avançados, o que reduz as chances de cura e aumenta a mortalidade.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil pode eliminar o câncer de colo como um problema de saúde pública em até 20 anos, desde que sejam implementadas mudanças robustas no rastreamento e vacinação. A meta é ousada, mas alcançável com os esforços propostos no novo plano.

Diagnóstico mais moderno com testes moleculares

Uma das mudanças mais significativas do plano é a substituição do exame preventivo tradicional (Papanicolau) por um teste molecular para HPV no Sistema Único de Saúde (SUS). Este teste permite identificar a persistência do vírus, algo crucial para prevenir lesões precursoras e o câncer em si. De acordo com o diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Roberto Gil, "é um teste que te permite saber a persistência ou não do vírus. Normalmente, esse vírus desaparece, mas quando ele persiste, tem possibilidade maior de desenvolver doenças associadas."

Além de maior precisão, o novo teste está alinhado com a meta da OMS de rastrear pelo menos 70% das mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos. Estudos mostram que ele pode reduzir em até 46% os casos de câncer e 51% a mortalidade.

Implementação da autocoleta

Outro avanço do plano é a introdução da autocoleta de material para análise, permitindo que a paciente realize o procedimento sozinha, sem a necessidade de consulta ginecológica. Essa inovação é especialmente importante para alcançar mulheres que, por motivos culturais ou pessoais, evitam exames clínicos. O método está sendo testado em cidades como Recife (PE) e São Paulo e deve ser escalonado para regiões com maiores índices de mortalidade, como Norte e Nordeste.

Desafios no início do tratamento

Embora a lei determine o início do tratamento em até 60 dias após o diagnóstico, grande parte das pacientes enfrenta longas esperas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde 65% dos casos iniciam o tratamento após esse prazo. Essa demora impacta diretamente na taxa de mortalidade, que chega a 15% no Norte, muito acima da média nacional de 6%.

Para que o plano alcance sucesso, é crucial melhorar a infraestrutura e logística dos tratamentos, ampliando a capacidade de realizar exames complementares como colposcopias e biópsias. Segundo Roberto Gil, "o ideal é que, ao detectar o vírus, sejam realizados exames complementares rapidamente para determinar o estágio da doença e iniciar o tratamento adequado."

Vacinação: a chave para a eliminação do câncer de colo

A vacinação contra o HPV é considerada a principal estratégia para eliminar novos casos da doença. O Brasil oferece a vacina gratuitamente no SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos, além de grupos específicos como imunodeprimidos e pessoas até 45 anos em situação de risco. A OMS recomenda a imunização de 90% do público-alvo para alcançar a eliminação da doença.

Apesar de a cobertura vacinal média entre meninas ser de 81,1%, os índices são preocupantes entre os meninos, com apenas 56,9% imunizados. Em algumas regiões, como o Acre, a taxa entre meninas é inferior a 43%. O diretor do Programa Nacional de Imunizações, Eder Gatti, reforça que a prioridade é aumentar a adesão, principalmente nas regiões com baixa cobertura. Ele destaca que "quanto mais cedo ocorre a vacinação, maior a proteção contra o vírus antes da exposição sexual."

Desde abril de 2024, o SUS adotou o esquema vacinal de dose única, facilitando o acesso e aumentando a eficiência da campanha. Em 2023, foram distribuídas mais de 6 milhões de doses, e novas estratégias estão sendo lançadas para resgatar adolescentes não imunizados.

Referência: Agência Brasil

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