A morte de Nasrallah, ocorrida no último dia 27 em um ataque aéreo israelense.
Naim Qassim, a mais alta autoridade do Hezbollah, recentemente quebrou o silêncio e afirmou de maneira categórica que o grupo continuará sua luta contra Israel. Em seu primeiro discurso público após a morte do secretário-geral Hassan Nasrallah, Qassim reafirmou que as perdas sofridas, incluindo o martírio de líderes importantes, não alteraram os objetivos do Hezbollah. Ele garantiu que o grupo mantém seu foco na resistência contra Israel e na defesa do Líbano e da Palestina.
A morte de Nasrallah, ocorrida no último dia 27 em um ataque aéreo israelense, marca um ponto crucial no atual conflito entre Israel e o Hezbollah. O assassinato de uma figura tão proeminente poderia desestabilizar qualquer organização, mas, segundo Qassim, o Hezbollah segue firme em suas metas. Em suas palavras: “Estamos prontos se Israel decidir entrar por terra. A resistência estará pronta para um confronto”. Ele também destacou que os ataques a líderes e a destruição de armamentos pelo exército israelense não conseguiram enfraquecer a organização.
Essa afirmação desafia diretamente as alegações de Israel, que afirmou ter destruído a maioria dos mísseis de médio e longo alcance do Hezbollah. Qassim descreveu tais alegações como um “sonho que eles não alcançaram nem irão alcançar”, reforçando a determinação do grupo de continuar lutando.
A morte de Hassan Nasrallah não só representa uma perda significativa para o Hezbollah, mas também coloca o Oriente Médio à beira de uma guerra regional. A escalada no conflito, com ataques aéreos israelenses no Líbano, trouxe graves consequências, com centenas de mortos e milhares de feridos desde o início dos combates. O Líbano, já debilitado pelos confrontos transfronteiriços, enfrenta agora a possibilidade de uma incursão terrestre por parte de Israel, o que seria a quarta invasão do país pelas forças israelenses nas últimas cinco décadas.
O Hezbollah, com apoio do Irã, que prometeu solidariedade ao grupo, continua a se preparar para um possível confronto em larga escala. Em meio a essa tensão crescente, Qassim afirmou que o Hezbollah elegerá um novo secretário-geral “o mais rapidamente possível”, garantindo que o processo de sucessão será tranquilo.
A tensão entre Israel e o Hezbollah não se limita à questão do armamento. Israel acusa o Hezbollah de utilizar civis libaneses como escudos humanos, armazenando armas em áreas densamente povoadas, o que o grupo nega. Esses confrontos ocorrem no contexto de uma recusa de Israel em aceitar uma proposta de cessar-fogo mediada pelos Estados Unidos e França, que previa uma pausa de 21 dias nos combates.
A continuidade dos ataques, a mobilização de tropas israelenses para o norte e as constantes trocas de fogo ao longo da fronteira entre Israel e o Líbano indicam que o conflito está longe de uma solução pacífica. O impacto na população civil é devastador, com centenas de milhares de deslocados e um número crescente de mortos.
O discurso de Naim Qassim trouxe à tona importantes reflexões sobre o futuro do Hezbollah e do Oriente Médio. A resistência do grupo, mesmo após perdas significativas, mostra que o conflito está longe de uma resolução. A morte de Hassan Nasrallah, embora grave, não abala a estrutura do Hezbollah, que rapidamente se organiza para eleger um novo líder e continuar sua missão.
Com Israel prometendo uma “nova era” de guerra, e o Hezbollah reafirmando seu compromisso com a resistência, resta saber até que ponto essa escalada de violência poderá chegar. A população civil, tanto no Líbano quanto em Israel, sofre as consequências diretas desse conflito, e o risco de uma guerra regional é cada vez mais real.
Fonte: CNN