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Movimento chama a atenção para os malefícios do cigarro eletrônico

O cigarro eletrônico é frequentemente apresentado como uma alternativa ao cigarro tradicional

Por Narciso Barone
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31/12/2024 14h38 - Atualizado há 1 mês
Movimento chama a atenção para os malefícios do cigarro eletrônico

No Dia Mundial sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, a Fundação do Câncer lançou o #movimentovapeOFF, com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre os riscos do cigarro eletrônico, também conhecido como vape. Dados alarmantes da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) mostram um aumento de 600% no consumo desses dispositivos nas Américas nos últimos seis anos.

A campanha faz parte de um esforço global liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para proteger crianças e adolescentes da influência da indústria do tabaco. Além disso, a iniciativa busca pressionar os governos a reforçar o cumprimento da Convenção Quadro para Controle do Tabaco (CQCT) e das diretrizes do Artigo 13, que proíbem a propaganda, promoção e patrocínio de produtos derivados do tabaco.

Cigarro eletrônico: um perigo disfarçado

O cigarro eletrônico é frequentemente apresentado como uma alternativa ao cigarro tradicional, mas especialistas alertam que essa visão é equivocada. Segundo o cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni, diretor executivo da Fundação do Câncer, “há uma falsa ilusão de que o cigarro eletrônico ajuda o fumante a largar o vício. Isso não acontece”. Estudos indicam que quem utiliza vapes tem o dobro de chances de migrar para o cigarro convencional, perpetuando o ciclo de dependência.

Além disso, esses dispositivos contêm altos níveis de nicotina, substância altamente viciante, e uma variedade de compostos tóxicos e cancerígenos. De acordo com especialistas, os riscos incluem pneumonias graves, queimaduras e até explosões. Com mais de 200 sabores disponíveis, os cigarros eletrônicos enganam os jovens ao mascarar os danos que podem causar à saúde.

A pressão da indústria do tabaco

Mesmo com a proibição do cigarro eletrônico no Brasil pela Anvisa, a pressão da indústria do tabaco é intensa. Com um investimento de mais de US$ 8 bilhões anuais em marketing e publicidade, as empresas de tabaco têm como alvo principal os jovens, um público mais vulnerável à formação de hábitos nocivos.

Maltoni destaca que a ideia do #movimentovapeOFF é “mobilizar a sociedade, entidades públicas e privadas” para oferecer um futuro saudável às novas gerações. O movimento busca informar de forma clara e direta sobre os malefícios desses dispositivos, além de promover um esforço conjunto para frear o avanço do vape entre os jovens.

O impacto nos jovens brasileiros

Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, cerca de 1 milhão de brasileiros já experimentaram o cigarro eletrônico, sendo 70% jovens entre 15 e 24 anos. Essa realidade reforça a urgência de campanhas educativas.

O epidemiologista Alfredo Scaff, consultor da Fundação do Câncer, alerta que “crianças e adolescentes que usam vapes têm duas vezes mais probabilidade de fumar cigarros tradicionais na vida adulta”. Essa transição preocupa os especialistas, que enxergam nos jovens um público-alvo crucial para estratégias de prevenção.

Mobilização universitária e projetos educativos

Para ampliar o alcance do #movimentovapeOFF, a Fundação do Câncer firmou parceria com a Anup Social para lançar um desafio universitário em 2024. O projeto incentivará alunos e professores a desenvolverem ações voltadas para conscientização sobre os malefícios do cigarro eletrônico, utilizando uma linguagem que dialogue diretamente com os jovens.

A iniciativa visa engajar a comunidade acadêmica e criar materiais educativos eficazes, que possam sensibilizar adolescentes e universitários, demonstrando que os riscos associados ao vape são tão graves quanto os do cigarro convencional.

O impacto global do tabaco

De acordo com a OMS, o tabaco é responsável por cerca de 8 milhões de mortes anuais, sendo 1 milhão nas Américas. Além disso, a expectativa de vida de fumantes é 10 anos menor em comparação aos não fumantes. Esses números reforçam a necessidade de combater a epidemia do tabaco em todas as suas formas, incluindo o cigarro eletrônico.

 

Referência: AgênciaBrasil

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