Ela estava "grudada" ao sofá, coberta por fezes, urina e insetos.
Em janeiro deste ano, um caso de negligência parental revelou uma situação extrema e trágica na cidade de Zachary, Louisiana, nos Estados Unidos. A vítima, Lacey Ellen Fletcher, de 37 anos, sofria de Síndrome do Encarceramento, uma condição que provoca a perda total dos movimentos, embora a consciência permaneça intacta. O caso só foi divulgado recentemente e gerou grande comoção pública.
Em 18 de janeiro, os pais de Lacey, Clay e Sheila Fletcher, acionaram os serviços de emergência relatando que a filha havia passado mal. Quando os socorristas chegaram à residência, encontraram uma cena chocante: Lacey estava morta, com o corpo atrofiado e pesando apenas 45 quilos, além de apresentar úlceras graves. Ela estava "grudada" ao sofá, coberta por fezes, urina e insetos.
A perícia estimou que Lacey havia morrido entre 24 e 48 horas antes do resgate. Apesar das condições deploráveis em que o corpo foi encontrado, o restante da casa estava organizado.
A Síndrome do Encarceramento, condição que acometia Lacey, é uma doença neurológica rara que causa paralisia completa do corpo, exceto dos olhos. Isso exige cuidados constantes e monitoramento médico, algo que, no caso de Lacey, não aconteceu. Registros médicos revelaram que ela não visitava um médico há mais de 20 anos.
Após a descoberta do caso, os pais de Lacey enfrentaram consequências imediatas:
Clay Fletcher, que ocupava um cargo importante no Museu da Guerra Civil Americana, foi demitido.
Sheila Fletcher, ex-vereadora e funcionária do gabinete do promotor de Justiça, também foi afastada de suas funções.
Amigos próximos da família afirmaram não saber da existência de Lacey, o que gerou ainda mais perplexidade.
A Justiça da Louisiana decidiu que Clay e Sheila Fletcher responderão por homicídio em segundo grau, uma acusação que, no Brasil, equivale ao homicídio culposo. O caso será levado a julgamento pelo tribunal do júri.
O caso de Lacey Ellen Fletcher levanta questões importantes sobre o cuidado de pessoas vulneráveis e o papel da sociedade na proteção de indivíduos com necessidades especiais. A negligência parental, especialmente em casos extremos como este, não apenas viola a dignidade humana, mas também é considerada um crime grave.
O desfecho do caso Fletcher serve como um alerta para a importância de monitorar e cuidar das pessoas mais vulneráveis em nossa sociedade. Ele destaca a necessidade de reforçar a fiscalização e o apoio às famílias que lidam com condições de saúde debilitantes.