A fala gerou forte reação negativa nas redes sociais.
A cantora Baby do Brasil, ícone dos Novos Baianos e pastora pentecostal, causou controvérsia ao fazer uma declaração polêmica durante um culto evangélico realizado na noite de segunda-feira, 12 de março de 2025, na renomada balada de música eletrônica D-Edge, em São Paulo.
Durante sua apresentação musical, acompanhada de uma banda e com guitarra em mãos, a artista pediu ao público que perdoasse abusos sexuais, inclusive os cometidos por familiares. “Se teve abuso sexual, perdoa. Se foi na família, perdoa”, declarou Baby, diante de uma audiência de mais de 150 pessoas, que incluía adultos, jovens e crianças.
A fala gerou forte reação negativa nas redes sociais, onde internautas criticaram a sugestão de perdão em vez de denúncia em casos de crimes sexuais. Especialistas e usuários reforçam que vítimas de abuso devem buscar ajuda imediata pelo número 190 ou denunciar pelo 180, destacando a importância da justiça e do apoio às vítimas.
Renato Ratier, proprietário da D-Edge e evangélico há três anos, publicou um comunicado oficial no Instagram para se posicionar sobre o ocorrido. Ele afirmou que o culto, intitulado Frequência de Deus, foi uma iniciativa inédita na casa noturna, com o objetivo de “promover amor, respeito e transformação”. No entanto, Ratier destacou que as declarações de Baby do Brasil foram feitas sem seu consentimento, por uma convidada chamada de última hora, e não refletem seus valores ou os da D-Edge.
“Sou absolutamente contra qualquer tipo de abuso e discriminação. Todo crime deve ser denunciado e apurado”, enfatizou Ratier. Ele também anunciou que o evento foi uma “exceção isolada” e que cultos não serão mais realizados no local. “Entendo a gravidade das palavras ditas e lamento qualquer sofrimento causado, especialmente a quem já sofreu abusos ou violência”, completou.
O Frequência de Deus contou com pocket shows de louvor e rock, além de pregações de outros religiosos antes da fala de Baby. Um dos pastores presentes, que afirmou ter sido travesti na década de 1980 e hoje ser casado com uma mulher e pai de três filhos, incluindo um pastor, também gerou controvérsia ao sugerir ideias associadas à “cura gay”. Ratier informou que está em contato com os envolvidos para que expliquem publicamente suas declarações, reiterando que discursos de violência ou discriminação não condizem com os princípios da casa noturna.
Com mais de 25 anos de história na Zona Oeste de São Paulo, a D-Edge é conhecida por receber grandes nomes da música eletrônica mundial. O evento da última segunda-feira, que mesclou DJs, pregações e apresentações musicais, marcou uma tentativa de unir cultura eletrônica e espiritualidade, mas acabou manchado pelas falas polêmicas. A decisão de Ratier de encerrar os cultos busca preservar a reputação do espaço como um ambiente de inclusão e respeito.