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Secretário de Defesa dos EUA posta vídeo de pastor dizendo que mulheres não devem votar

Funcionário de alto escalão de Trump compatilha posições de cristãos ultraconservadores.

Por Conteúdo AF Notícias
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12/08/2025 09h12 - Atualizado há 3 meses
Funcionário de alto escalão do governo Trump compatilha posições de cristãos ultraconservadores

Notícias do Tocantins - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, publicou nas redes sociais um vídeo que exibe pastores defendendo que mulheres não deveriam ter direito ao voto e que a escravidão no sul do país “não foi tão ruim assim”. O conteúdo é um trecho de reportagem da CNN, na qual o entrevistado central é o pastor evangélico conservador Doug Wilson, cofundador da Comunhão das Igrejas Evangélicas Reformadas (CREC).

Na entrevista, Wilson afirma que “as mulheres são o tipo de pessoa de onde as pessoas se originam” e que a esposa e mãe é “a principal executiva do lar, encarregada de três, quatro ou cinco almas eternas”. Ele rejeita a participação feminina em cargos de liderança na igreja e em funções de combate nas Forças Armadas, dizendo agir “porque a Bíblia diz assim”.

Outro pastor ouvido, Toby Stumper, defende que o voto familiar deveria ser conduzido pelo “homem provedor” após consulta com a família. Uma fiel da igreja de Wilson declarou que “o marido é o chefe da família e eu me submeto a ele”.

Wilson também já declarou que a escravidão no sul dos EUA envolvia “afeição mútua” entre senhores e escravos, tese presente em seu livro Southern Slavery, As It Was. Ele ainda afirmou que a sodomia deveria voltar a ser crime, apesar de a Suprema Corte ter derrubado essas leis em 2003.

Ao compartilhar o vídeo na plataforma X, Hegseth escreveu: “Tudo de Cristo para toda a vida”. O porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, confirmou que o secretário é “membro orgulhoso” de uma igreja ligada à CREC e que “aprecia muito” os escritos de Wilson.

Para o professor de sociologia Andrew Whitehead, especialista em nacionalismo cristão, a divulgação dessas ideias por um alto cargo do governo é relevante. “Eles querem impor essas crenças a todos”, afirmou à NPR. “Não é só a opinião de uma pessoa, mas de alguém com amplo poder.”

Hegseth mantém alinhamento com a política religiosa do ex-presidente Donald Trump, que criou um “gabinete da fé” para investigar suposto “preconceito anticristão” em agências federais. Ele também já levou seu pastor pessoal, Brooks Potteiger, ao Pentágono para realizar cultos cristãos durante o expediente, com convites enviados a funcionários e militares.

O secretário de Defesa, Pete Hegeseth, convidou seu pastor para realizar cultos

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