Últimas tendências em tecnologia: IA, inovação, gadgets e mais. Mantenha-se atualizado com as novidades tecnológicas em todo mundo.
A China tem aumentado drasticamente seu arsenal, incluindo mísseis balísticos
Em um cenário de crescentes tensões no leste asiático, o Japão anunciou o desenvolvimento de um míssil balístico hipersônico, considerado por especialistas como uma das armas mais avançadas da atualidade. Este avanço tecnológico reflete a resposta do país às ameaças geopolíticas que enfrenta, destacando a importância estratégica de possuir um sistema de defesa robusto e moderno.
O arquipélago japonês enfrenta uma posição geográfica naturalmente vulnerável, cercado por potências militares com capacidade de ataque rápido. Um míssil norte-coreano poderia atingir Tóquio em apenas seis minutos, enquanto armas chinesas e russas poderiam devastar todo o território japonês em menos de quinze minutos. Essa vulnerabilidade geográfica impulsiona o desenvolvimento de tecnologias de defesa avançadas, como o míssil balístico hipersônico, para garantir a segurança nacional.
A China tem aumentado drasticamente seu arsenal, incluindo mísseis balísticos de médio alcance capazes de atingir bases americanas em solo japonês. Disputas territoriais pelas ilhas Senkaku/Diaoyu no Mar do Leste da China intensificam as tensões. A Coreia do Norte continua desenvolvendo mísseis com ogivas nucleares, realizando frequentes lançamentos em águas próximas ao Japão. A Rússia mantém disputa com o Japão pelas Ilhas Curilas, ocupadas pela União Soviética ao final da Segunda Guerra Mundial, e tem realizado exercícios navais conjuntos com a China em águas próximas.
Após a derrota na Segunda Guerra Mundial, o Japão adotou uma constituição pacifista, cujo Artigo 9 proíbe o país de manter forças militares ofensivas. Durante décadas, o país limitou-se às "Forças de Autodefesa", destinadas exclusivamente à proteção territorial. No entanto, diante das crescentes ameaças, o governo japonês decidiu mudar sua estratégia, adotando uma nova Estratégia de Segurança Nacional focada no desenvolvimento da indústria de defesa doméstica.
O Ministério da Defesa do Japão anunciou o desenvolvimento de um "míssil de deslizamento hiper-rápido" para defender suas ilhas. A arma já passou por quatro testes na Califórnia entre agosto de 2023 e janeiro de 2024. O que torna este míssil excepcional é sua ogiva conhecida como "veículo de deslizamento hipersônico", que atinge velocidades equivalentes a cinco vezes a velocidade do som (mais de 6.000 km/h) e pode manobrar na atmosfera, tornando-o praticamente impossível de interceptar.
Esta inovação em tecnologia de mísseis é apenas parte de uma transformação mais ampla das capacidades de defesa do Japão. O país anunciou que aumentará seus gastos com segurança nacional para 2% do PIB até 2027 – um salto significativo para uma nação que por décadas manteve esse número abaixo de 1%. O governo também implementou políticas para desenvolver sua indústria de defesa. Pela primeira vez, parte do orçamento nacional alocado à inovação incluirá tecnologias essenciais para defesa.
Enquanto desenvolve suas próprias capacidades, o Japão também está fortalecendo sua aliança com os Estados Unidos. Em fevereiro de 2024, o primeiro-ministro Shigeru Ishiba reuniu-se com o presidente Donald Trump em Washington, prometendo criar uma "nova era de ouro" nas relações EUA-Japão. Em comunicado conjunto, enfatizaram que o Artigo 5 do tratado de segurança, que obriga os Estados Unidos a defender o território japonês, também se aplica às disputadas Ilhas Senkaku – uma mensagem direta a Xi Jinping.