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A capacidade do "Oreshnik" de carregar até oito ogivas o torna um instrumento poderoso.
O novo míssil hipersônico da Rússia, chamado “Oreshnik”, tem atraído atenção global devido à sua velocidade impressionante e ao impacto estratégico. Utilizado contra a cidade de Dnipro, na Ucrânia, em 22 de novembro, o míssil é considerado uma resposta direta ao uso de armamentos ocidentais no conflito, conforme afirmações do presidente Vladimir Putin. Esta ação ressalta as tensões crescentes no cenário geopolítico e levanta questionamentos sobre os avanços tecnológicos em armamentos de alta precisão.
O míssil “Oreshnik” é descrito por Putin como um míssil balístico hipersônico capaz de atingir velocidades superiores a 13 mil km/h, o que equivale a 10 vezes a velocidade do som. Sua capacidade de escapar a sistemas de defesa antimísseis o coloca como uma peça-chave no arsenal russo. De acordo com fontes russas, seu alcance é estimado em 5 mil quilômetros, abrangendo grande parte da Europa e a costa oeste dos Estados Unidos.
Embora classificado como de médio alcance por padrões russos, especialistas indicam que armas desse tipo geralmente possuem alcance entre 1.000 e 3.000 quilômetros, conforme o Centro de Controle de Armas e Não Proliferação. A característica mais marcante do “Oreshnik” é sua capacidade de carregar ogivas múltiplas, conhecidas como MIRVs (Veículos de Reentrada Independente e Múltipla), permitindo ataques simultâneos em diferentes alvos.
O ataque à cidade de Dnipro marca a primeira vez que um míssil desse porte e tecnologia é utilizado em uma guerra. Segundo autoridades ocidentais, o míssil transportava ogivas convencionais, e não nucleares, para o ataque. A utilização de uma arma experimental em combate reflete a disposição da Rússia em testar seus avanços tecnológicos em situações reais.
A capacidade do "Oreshnik" de carregar até oito ogivas o torna um instrumento poderoso de dissuasão, especialmente em um contexto de escalada militar. Essa estratégia remonta ao período da Guerra Fria, quando armas com múltiplas ogivas foram desenvolvidas para aumentar a capacidade destrutiva com um único lançamento.
O "Oreshnik" está intimamente ligado ao míssil balístico RS-26, que entrou em desenvolvimento em 2008. Este modelo é móvel e utiliza combustível sólido, o que facilita sua mobilização e aumenta sua imprevisibilidade. O RS-26 foi projetado para substituir armamentos anteriores e reforçar a posição estratégica da Rússia, especialmente após a retirada dos Estados Unidos do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) em 2019.
A saída dos EUA desse acordo abriu caminho para o desenvolvimento de armas de médio alcance por ambas as nações. Nesse contexto, o "Oreshnik" surge como uma resposta direta às preocupações estratégicas russas, evidenciando a deterioração dos esforços de controle de armas a nível global.