Índice de corrupção

Brasil alcança a pior nota no ranking internacional da corrupção desde 2012

Na América Latina, o Uruguai, Chile e Costa Rica estão entre os mais bem classificados.

Por Mariana Dias
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11/02/2025 12h27 - Atualizado há 1 mês
Brasil registra queda no índice de corrupção e alcança pior nota desde 2012

O Brasil registrou uma queda significativa no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) da Transparência Internacional, alcançando sua pior posição desde o início da série histórica em 2012. O país caiu do 96º lugar em 2022 para o 104º em 2023 e, em 2024, a situação piorou ainda mais, com o Brasil ocupando a 107ª posição entre 180 países analisados.

Queda contínua no ranking de corrupção

Há uma década, o Brasil dividia posições com países da União Europeia, como Itália, Grécia, Bulgária e Romênia. No entanto, a situação piorou drasticamente nos últimos anos, com uma queda de 38 posições. Em 2024, o Brasil figura ao lado de nações como Argélia, Nepal, Tailândia e Turquia, países com altos índices de corrupção.

O IPC é considerado um dos principais indicadores globais sobre a percepção de corrupção no setor público. As notas variam de zero a 100, sendo que quanto maior a pontuação, menor é a percepção de corrupção. O Brasil, que alcançou 43 pontos em 2012 e 2014, obteve uma queda para 38 pontos em 2022 e 36 pontos em 2023. Em 2024, o país registrou 34 pontos.

Fatores que contribuíram para a queda no índice de corrupção

A Transparência Internacional apontou diversos fatores negativos relacionados à corrupção no Brasil, destacando o silêncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre temas anticorrupção. A entidade também mencionou o aumento do controle das emendas parlamentares, a repactuação dos acordos de leniência com empresas envolvidas na Operação Lava Jato e a falta de transparência no Novo PAC, entre outros problemas.

O crescente envolvimento político na Petrobras também foi citado como um fator que contribui para a percepção negativa de corrupção no país. A aprovação da PEC da Anistia e o "agigantamento" das emendas parlamentares, que muitas vezes são vistas como instrumentos para garantir favores políticos, são outros aspectos negativos destacados pela Transparência Internacional.

Posição dos países em 2024 e comparação com a América Latina

Os países mais bem posicionados no índice de 2024 foram Dinamarca (90 pontos), Finlândia (88 pontos) e Cingapura (84 pontos). No outro extremo, os três piores colocados foram Sudão do Sul, Somália e Venezuela, com pontuações extremamente baixas.

Entre os países da América Latina, o Uruguai, o Chile e a Costa Rica estão entre os mais bem classificados. O Brasil, com 34 pontos, está agora próximo da Argentina (37 pontos), mas à frente de países como Peru, Equador e Bolívia.

Reação do governo brasileiro à queda no índice de corrupção

Em resposta à queda do Brasil no ranking de corrupção da Transparência Internacional, a Controladoria-Geral da União (CGU) afirmou que o movimento deveria ser interpretado com cautela, destacando as limitações metodológicas de índices baseados em percepção. A CGU também afirmou que diversos organismos internacionais estão discutindo novas formas de medir a corrupção.

Além disso, a CGU ressaltou que está trabalhando ativamente para corrigir riscos de corrupção por meio de políticas públicas, contratações e outras ações do Estado, buscando melhorar a transparência e a governança pública.

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