O conflito trouxe consequências devastadoras.
O líder do Hezbollah, Naim Qassem, declarou nesta sexta-feira (29) que o grupo alcançou uma “vitória divina” contra Israel, superando até mesmo a vitória reivindicada após a guerra de 2006. Em seu primeiro discurso desde a implementação do cessar-fogo, Qassem destacou que o Hezbollah aceitou o acordo "de cabeça erguida", reiterando seu compromisso em coordenar com o Exército do Líbano para consolidar a paz na região.
Os conflitos entre Israel e o Hezbollah fazem parte de uma longa e complexa história de tensões no Oriente Médio. Desde a guerra de 2006, a relação entre o Líbano e Israel é marcada por episódios de violência e tentativas de reconciliação que frequentemente fracassam. Este novo cessar-fogo, firmado após mais de um ano de hostilidades, trouxe esperanças para uma trégua mais duradoura, mas não sem desafios.
A suspensão das hostilidades estipula que o Hezbollah deve se retirar das áreas ao sul do rio Litani, enquanto o Exército libanês assume o controle da região. Paralelamente, Israel tem 60 dias para retirar suas tropas da área. Apesar desses avanços, violações ao acordo já foram relatadas, incluindo ataques aéreos de Israel e restrições a vilarejos na fronteira.
Naim Qassem, em seu discurso, afirmou que o cessar-fogo não enfraqueceu o Hezbollah, como muitos especulavam. “Para aqueles que estavam apostando que o Hezbollah seria enfraquecido, lamentamos, suas apostas falharam”, disse ele. O grupo argumenta que sua resistência no campo de batalha foi decisiva para o acordo, reforçando sua imagem como defensores do Líbano contra Israel.
O conflito trouxe consequências devastadoras. No último ano, mais de 4 mil pessoas morreram, incluindo centenas de mulheres e crianças. Mais de um milhão de pessoas foram deslocadas, buscando segurança em meio aos bombardeios. A destruição de áreas inteiras do Líbano evidenciou a gravidade da crise humanitária na região.
Por outro lado, a Faixa de Gaza continua a enfrentar intensos combates entre o Exército de Israel e o Hamas. Com mais de 43 mil mortos em Gaza desde outubro de 2023, a situação expõe a fragilidade da estabilidade em todo o Oriente Médio.
Embora o cessar-fogo entre Israel e Hezbollah represente um passo importante, sua implementação enfrenta obstáculos significativos. A presença contínua de tropas israelenses e relatos de violações à trégua levantam dúvidas sobre a eficácia do acordo. Além disso, os conflitos em Gaza e as tensões entre Israel e o Irã adicionam camadas de complexidade à busca por uma paz duradoura.