A crise política na França ocorre em um momento crítico.
O Parlamento francês vive momentos de alta tensão com a aproximação do voto de desconfiança contra o governo de Michel Barnier. Prevista para ocorrer na quarta-feira, a votação promete abalar a estabilidade política da França, podendo derrubar a coalizão que sustenta o atual primeiro-ministro. Este cenário marca a primeira vez em mais de 60 anos que um governo francês enfrenta a possibilidade real de cair por um voto de desconfiança, expondo ainda mais as fragilidades políticas e econômicas do país.
A crise política na França ocorre em um momento crítico para a segunda maior economia da zona do euro. Além do déficit orçamentário crescente, o país enfrenta dificuldades para implementar medidas de controle fiscal. O possível colapso do governo de Barnier aumenta o risco de instabilidade, o que pode repercutir negativamente no mercado financeiro europeu.
Nesta terça-feira, o risco associado aos títulos da dívida pública francesa atingiu o maior nível em 12 anos, reforçando a preocupação dos investidores. A saída de Barnier, caso confirmada, deixará a França em uma posição vulnerável, especialmente em meio às eleições na Alemanha e ao retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita Reunião Nacional, declarou que seu grupo votará a favor da moção de desconfiança apresentada pela esquerda. Em sua chegada ao Parlamento, Le Pen afirmou: “Censurar o Orçamento é para nós a única maneira que a Constituição nos dá para proteger os franceses.”
Barnier, por sua vez, tenta se manter no cargo e busca renegociações com partidos adversários. Em entrevista, ele enfatizou a responsabilidade dos parlamentares perante os cidadãos franceses e destacou: “Devemos ser cuidadosos.” Apesar das tentativas, as tensões políticas e a ausência de consenso sobre o Orçamento complicam sua posição.
Embora o presidente Emmanuel Macron não possa ser destituído pelo Parlamento, sua atuação tem sido alvo de críticas. Questionado durante sua visita à Arábia Saudita, Macron reafirmou sua determinação em concluir o mandato até 2027: “Honrarei essa confiança com toda a minha energia até o último segundo.”
Internamente, há pressão para que ele renuncie, mas Barnier descartou essa possibilidade, afirmando que Macron é um dos garantidores da estabilidade nacional.
A votação, marcada para às 12h (horário de Brasília), será decisiva para o futuro político da França. Se aprovada, a moção de desconfiança não apenas derrubará o governo de Barnier, mas também aprofundará a crise orçamentária e política do país.
A oposição, formada por uma aliança entre extrema-esquerda e extrema-direita, acusa o governo de negligenciar as necessidades do povo francês. Por outro lado, o governo argumenta que derrubá-lo trará consequências graves, como aumento do déficit e instabilidade política prolongada.
Referência: CNN