Essas medidas são justificadas pela nova gestão como "medidas ousadas para proteger nossa fronteira e as comunidades americanas".
O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, localizado em Confins, será palco nesta sexta-feira (24) do primeiro voo de deportados dos Estados Unidos desde que Donald Trump assumiu a presidência. Este evento marca uma nova etapa na política migratória mais rígida adotada pelo republicano, que tomou posse na última segunda-feira (20). Segundo informações da Polícia Federal, o voo trará ao Brasil um total de 158 pessoas.
O avião está previsto para pousar no período da noite, sendo este o segundo voo com deportados que chega a Confins neste ano. O primeiro ocorreu em 10 de janeiro, ainda durante a gestão do democrata Joe Biden, trazendo 100 pessoas a bordo. A chegada deste novo grupo reforça a postura mais severa da administração Trump quanto à imigração irregular.
Ao assumir a presidência, Donald Trump anunciou uma série de medidas adicionais para conter a entrada de imigrantes nos Estados Unidos. Entre as ações elencadas pela Casa Branca, destacam-se:
Restabelecimento da política "Permaneça no México";
Retomada da construção do muro na fronteira entre os EUA e o México;
Punição com pena de morte para imigrantes ilegais envolvidos em homicídios contra americanos;
Fim do asilo para quem cruzar a fronteira ilegalmente;
Operações em massa para deportar imigrantes ilegais;
Envio de Forças Armadas e da Guarda Nacional para reforçar a segurança na fronteira;
Classificação de cartéis de drogas como "organizações terroristas estrangeiras".
Essas medidas são justificadas pela nova gestão como "medidas ousadas para proteger nossa fronteira e as comunidades americanas". No entanto, geram debates acalorados tanto nos Estados Unidos quanto em países que possuem cidadãos impactados por essas políticas, como o Brasil.
Entre a noite de quinta-feira (23) e a manhã desta sexta-feira (24), Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, usou as redes sociais para divulgar os primeiros números relacionados à operação. Segundo ela, "538 imigrantes ilegais de diferentes origens já foram presos desde a posse de Trump". A publicação também informou que entre os detidos estão:
Um suspeito de terrorismo;
Quatro integrantes da gangue Tren de Aragua;
Indivíduos condenados por crimes sexuais contra menores.
Leavitt declarou que "centenas de imigrantes ilegais já foram deportados em aeronaves militares", ressaltando que a operação marca o início da "maior operação de deportação em massa da história". Embora imagens de deportados embarcando em um avião militar tenham sido divulgadas, não há confirmação de que essas imagens estejam relacionadas ao voo com destino a Belo Horizonte.
A chegada de voos com deportados gera discussões sobre como o Brasil lida com seus cidadãos que retornam em situações adversas. Muitos desses imigrantes, ao serem deportados, enfrentam dificuldades para reintegração social, especialmente aqueles que estavam há anos fora do país e que deixaram suas famílias ou empregos nos Estados Unidos.
Além disso, a operação simboliza uma mudança de tom nas relações internacionais entre Brasil e Estados Unidos, sobretudo no que diz respeito à cooperação em políticas migratórias. Apesar de parte dos deportados possivelmente ter sido detida ainda na gestão Biden, a chegada desse voo em território brasileiro marca o início efetivo de uma política mais rigorosa por parte de Trump.