Presidente dos EUA fez declarações polêmicas sobre o futuro da Faixa de Gaza.
Na última terça-feira, 4 de fevereiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, fez declarações polêmicas sobre o futuro da Faixa de Gaza, propondo que os Estados Unidos assumam o controle do território como parte de um processo de reconstrução. A medida, que vem após quase um ano e meio de guerra, inclui também a sugestão de realocar permanentemente os cerca de 2 milhões de palestinos que vivem em Gaza para outros países.
Durante uma coletiva de imprensa, Trump surpreendeu ao afirmar que os Estados Unidos assumiriam a responsabilidade pela reconstrução de Gaza, sugerindo até o envio de tropas americanas, caso necessário. A proposta inclui o desmantelamento de bombas, a demolição de prédios destruídos e a criação de um desenvolvimento econômico com a promessa de gerar empregos e moradia para os habitantes da região.
Embora Trump tenha se mostrado otimista sobre o futuro da Faixa de Gaza, sem fornecer detalhes claros sobre como seria a ocupação, ele indicou que a presença americana poderia ser de longo prazo, promovendo uma transformação no território, que ele
descreveu como uma "Riviera do Oriente Médio". A proposta de Trump inclui a criação de um ambiente econômico próspero, com a esperança de que o projeto atraia investimentos e cidadãos de todo o mundo, incluindo palestinos que, segundo ele, poderiam encontrar uma vida melhor ao sair de Gaza.
Além do controle territorial, Trump sugeriu que os palestinos de Gaza fossem realocados para outros países, como Jordânia e Egito. O presidente afirmou que os habitantes de Gaza viveriam "como se estivessem no inferno" e ficariam "encantados" em deixar o enclave permanentemente. A proposta gerou forte repercussão, com críticas de governos e organizações internacionais.
A ideia de realocar palestinos, já discutida anteriormente por membros da administração Trump, também foi mencionada por Jared Kushner, genro de Trump, que sugeriu a realocação de palestinos para o Deserto de Negev, em Israel, afirmando que as áreas costeiras de Gaza poderiam ser mais bem aproveitadas economicamente.
A proposta de Trump gerou reações negativas em vários círculos políticos. O representante palestino nas Nações Unidas, Riyad Mansour, criticou a ideia, defendendo o direito dos palestinos de retornar às suas casas em Israel. O Hamas também condenou as declarações, considerando-as um risco de gerar mais caos e tensão na região, reafirmando que os palestinos têm raízes profundas em Gaza e não aceitarão qualquer tentativa de deslocamento forçado.
Além disso, organizações de direitos humanos como a Human Rights Watch lembraram que, de acordo com as Convenções de Genebra, a transferência forçada de pessoas de territórios ocupados é proibida, considerando a medida uma possível violação do direito internacional.
A proposta de Trump sobre Gaza não foi a única medida polêmica de sua administração. O presidente dos EUA também indicou que deve se pronunciar sobre a soberania israelense na Cisjordânia em um período de até quatro semanas, o que poderá aumentar ainda mais as tensões no Oriente Médio e complicar ainda mais a frágil situação de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
Essa série de declarações e propostas de Trump segue gerando intensas discussões sobre os direitos dos palestinos e o futuro da paz na região. O cenário continua instável, com a comunidade internacional acompanhando de perto os desdobramentos e as possíveis implicações para a estabilidade da região.