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Trump quer controle da Faixa de Gaza e realocação de palestinos: o que está por trás da proposta?

Presidente dos EUA fez declarações polêmicas sobre o futuro da Faixa de Gaza.

Por Mariana Dias
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06/02/2025 11h55 - Atualizado há 1 mês
EUA propõem controle da Faixa de Gaza

Na última terça-feira, 4 de fevereiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, fez declarações polêmicas sobre o futuro da Faixa de Gaza, propondo que os Estados Unidos assumam o controle do território como parte de um processo de reconstrução. A medida, que vem após quase um ano e meio de guerra, inclui também a sugestão de realocar permanentemente os cerca de 2 milhões de palestinos que vivem em Gaza para outros países.

EUA e o controle da Faixa de Gaza

Durante uma coletiva de imprensa, Trump surpreendeu ao afirmar que os Estados Unidos assumiriam a responsabilidade pela reconstrução de Gaza, sugerindo até o envio de tropas americanas, caso necessário. A proposta inclui o desmantelamento de bombas, a demolição de prédios destruídos e a criação de um desenvolvimento econômico com a promessa de gerar empregos e moradia para os habitantes da região.

Embora Trump tenha se mostrado otimista sobre o futuro da Faixa de Gaza, sem fornecer detalhes claros sobre como seria a ocupação, ele indicou que a presença americana poderia ser de longo prazo, promovendo uma transformação no território, que ele 

descreveu como uma "Riviera do Oriente Médio". A proposta de Trump inclui a criação de um ambiente econômico próspero, com a esperança de que o projeto atraia investimentos e cidadãos de todo o mundo, incluindo palestinos que, segundo ele, poderiam encontrar uma vida melhor ao sair de Gaza.

A realocação de palestinos: um plano polêmico

Além do controle territorial, Trump sugeriu que os palestinos de Gaza fossem realocados para outros países, como Jordânia e Egito. O presidente afirmou que os habitantes de Gaza viveriam "como se estivessem no inferno" e ficariam "encantados" em deixar o enclave permanentemente. A proposta gerou forte repercussão, com críticas de governos e organizações internacionais.

A ideia de realocar palestinos, já discutida anteriormente por membros da administração Trump, também foi mencionada por Jared Kushner, genro de Trump, que sugeriu a realocação de palestinos para o Deserto de Negev, em Israel, afirmando que as áreas costeiras de Gaza poderiam ser mais bem aproveitadas economicamente.

Repercussão internacional e oposição

A proposta de Trump gerou reações negativas em vários círculos políticos. O representante palestino nas Nações Unidas, Riyad Mansour, criticou a ideia, defendendo o direito dos palestinos de retornar às suas casas em Israel. O Hamas também condenou as declarações, considerando-as um risco de gerar mais caos e tensão na região, reafirmando que os palestinos têm raízes profundas em Gaza e não aceitarão qualquer tentativa de deslocamento forçado.

Além disso, organizações de direitos humanos como a Human Rights Watch lembraram que, de acordo com as Convenções de Genebra, a transferência forçada de pessoas de territórios ocupados é proibida, considerando a medida uma possível violação do direito internacional.

O futuro da soberania israelense e as tensões no Oriente Médio

A proposta de Trump sobre Gaza não foi a única medida polêmica de sua administração. O presidente dos EUA também indicou que deve se pronunciar sobre a soberania israelense na Cisjordânia em um período de até quatro semanas, o que poderá aumentar ainda mais as tensões no Oriente Médio e complicar ainda mais a frágil situação de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

Essa série de declarações e propostas de Trump segue gerando intensas discussões sobre os direitos dos palestinos e o futuro da paz na região. O cenário continua instável, com a comunidade internacional acompanhando de perto os desdobramentos e as possíveis implicações para a estabilidade da região.

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