Imunização contra polio

Vacinação contra paralisia atinge menos da metade das crianças no Tocantins e preocupa

Estado possui apenas 45,3% da cobertura vacinal da doença.

Por Redação | Conteúdo AF Notícias
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07/10/2022 10h20 - Atualizado há 1 ano
Vacinação em Araguaína.

Após confirmação de caso de paralisia infantil em uma criança de três anos no Estado do Pará, o alerta para a baixa imunização contra a poliomielite voltou a preocupar infectologistas no Brasil.

No Tocantins, a situação também traz um alerta, pois houve uma uma redução de 38,58 pontos percentuais entre a população vacinada e o público-alvo da imunização contra a poliomielite. 

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), o Tocantins atingiu apenas 45,3% da cobertura vacinal da doença no Estado. Da meta de 99.170 crianças a serem imunizadas na Campanha Nacional, o Estado vacinou apenas 44.997. 

Em 2020, na vacinação de rotina, a meta era 24.932 crianças em todo o estado, e 20.913 receberam a dose, o que resultou em 83,88% da população vacinada. 

Em Araguaína, neste ano, a meta era de imunizar 95% das 8.107 crianças menores de 5 anos. Mas segundo a Secretaria de Saúde, o município atingiu só 49,48% da meta vacinal contra a poliomielite, o que significa que apenas 5.540 crianças receberam as gotinhas. 

Em 2020, o público alvo de Araguaína era de 3.098, foram aplicadas 2.332 doses, tendo uma cobertura vacinal de 75,27%. Já no ano seguinte, a população a ser vacinada contra polio era de 3.101, sendo aplicadas 2.310 e com uma cobertura vacinal de 74,49%. Agora neste ano, de janeiro a agosto, a população alvo é de 3.089, aplicando 1.249 e uma cobertura vacinal de 40,43%.

Na capital, a última Campanha Nacional, para crianças entre 1 e 5 anos de idade, encerrada no dia 30 de setembro, aplicou 9.100 doses, o que equivale a 50% da meta.

Cobertura vacinal da poliomielite em menores de 1 ano de idade - Tocantins

ANO

POPULAÇÃO

DOSES

COBERTURA

2020

24.932

20.913

83,8%

2021

24.447

19.431

79,94%

2022 (Rotina)

23.728

10.482

66,2%

2022 (Campanha)

99.170

44.997

45,3%

Fonte: Secretaria Estadual de Saúde (SES)

TAXA DE VACINAÇÃO INFANTIL NO BRASIL

Em 2021, a vacinação infantil no país chegou a seu pior nível em três décadas. As taxas de cobertura voltaram ao patamar de 1987. Com isso, doenças já erradicadas, como a poliomielite, podem voltar a fazer vítimas.

A vacinação infantil é obrigatória no Brasil, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda cobertura vacinal de pelo menos 95% da população infantil. Nos últimos cinco anos, o número de crianças imunizadas vem caindo cada vez mais, preocupando autoridades e especialistas.

De acordo com o Ministério da Saúde, a média de cobertura vacinal no Brasil caiu de 97%, em 2015, para 75% em 2020. Das 9 vacinas analisadas pelo DataSUS, a que sofreu maior queda é a BCG, que apresenta queda de 38,8% entre 2015 e 2021. Em segundo lugar fica o imunizante contra a Hepatite A, com queda de 32,1%, e poliomielite em terceiro, com queda de 30,7%.

Qual o esquema de vacinação contra a pólio no país? 

No Brasil, existem dois tipos de fármacos utilizados para prevenir a pólio: a Salk (vacina injetável) e a Sabin (modelo de gotinhas). Ambos são adotados pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações). 

A primeira aplicação da vacina deve ser feita aos dois meses de idade. A segunda dose é indicada aos quatro meses e a terceira, aos seis. Todas essas três aplicações são da vacina Salk. 

A Sabin só é utilizada nos dois reforços: o primeiro aos 15 meses e o segundo com quatro anos de idade. 

Embora a campanha de vacinação acabe nesta sexta, as crianças podem ser imunizadas durante todo o ano em postos de saúde a fim de contornar a baixa cobertura. 

Como saber se a vacinação para pólio está regularizada? 

Na quinta edição da carteira de vacinação infantil do Ministério da Saúde, é possível observar um quadro em que consta todos os imunizantes indicados aos menores. Na coluna da pólio, existem cinco campos que devem ser preenchidos em referência às doses aplicadas na criança. As datas de cada uma delas também devem ser preenchidas pelo agente de saúde. 

Algumas variações podem ocorrer a depender do modelo da carteira de vacinação. O esquema, no entanto, tende a seguir esse mesmo padrão de preenchimento.  

O que fazer quando uma dose está em atraso? 

Caso alguma inconsistência no calendário de vacinas seja constatada, é necessário se dirigir a um posto de saúde para regularizar a situação. A regra é a mesma para outros imunizantes e, por isso, é importante sempre estar atento às orientações presentes na carteira de vacinação. 

Para circunstâncias irregulares do esquema contra a pólio, existem indicações de como proceder com base em uma instrução normativa do Ministério da Saúde. 

O primeiro cenário é de uma criança com até quatro anos, 11 meses e 29 dias sem comprovação vacinal. A orientação é administrar três doses da vacina injetável com o intervalo de 60 dias entre as aplicações. Também é possível aplicar as doses com o mínimo de 30 dias entre elas. 

Após isso, o primeiro reforço com a vacina de gotinhas deve ser feito seis meses após a última aplicação da vacina Salk. Já o segundo reforço também deve ser feito depois de seis meses da primeira aplicação da vacina em gotinhas. 

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