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Quase 30 mil crianças nascem com cardiopatia congênita por ano; médico tira dúvidas

Se não tratada, doença cardíaca é a segunda causa de morte no primeiro ano de vida.

Por Redação
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14/06/2021 09h07 - Atualizado há 2 anos
Recém-nascido

Comemorado no dia 12 de junho, o “Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita” foi estabelecido com intuito de alertar a população e os profissionais da saúde sobre esse importante problema.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, uma em cada 100 crianças que nascem no mundo apresenta cardiopatia congênita (CC). No Brasil, nascem cerca de 29.000 crianças com CC a cada ano. Por dificuldades de acesso à assistência de qualidade ou ausência de diagnóstico em tempo hábil, é a segunda causa de morte no primeiro ano de vida.

Neste contexto, o médico do Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT), especialista em cardiologia pediátrica e ecocardiografia, Márcio Miranda Brito, alerta sobre os principais cuidados relacionados a esta enfermidade. A Unidade de Saúde fica no município de Araguaína e integra a Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

O médico explica que esse é um problema congênito de nascimento mais comum que existe. “A incidência de cardiopatia pode chegar a 40% dos defeitos congênitos, e muitas destas cardiopatias necessitam de intervenção logo após o nascimento e algumas no seu primeiro ano de vida. Ou seja, é necessário fazer o diagnóstico precocemente e tomar uma atitude rápida porque elas podem se tornar em risco de morte destes pacientes”, esclareceu.

Ele também detalhou sobre os tipos de diagnóstico, sintomas, prevenção e tratamento.

Ecocardiograma fetal

Exame realizado ainda na barriga da mãe, entre 18 e 28 semanas de gestação. A ultrassonografia possibilita diagnosticar problemas no coração do bebê e ao mesmo tempo preparar o psicológico da mãe caso seja detectado alguma cardiopatia, além disso, alerta para a necessidade de que esse bebê nasça num centro adequado, muitas vezes esse local é numa capital, ou seja num local que tenha suporte.

Teste do coraçãozinho

Caso não seja realizado o ecocardiograma fetal, existe o teste do coraçãozinho, que por lei, deve ser feito em todo recém-nascido. Caso haja alteração, o exame é repetido; se confirmar a alteração, é realizado então o ecocardiograma para detectar se tem ou não uma CC. Esse diagnóstico também é considerado precoce.

Sinais de alerta

Geralmente a doença se manifesta desde a barriga da mãe até dois anos de idade. Ao notar esses sinais, deve-se procurar um profissional: Cianose - coloração azulada da boca e das extremidades; Cansaço – aquela criança que cansa nas mamadas, que respira com muito esforço; Arritmias – o ritmo do coração fica alterado, descompassado; Sopro no coração – geralmente nas consultas de rotina com o pediatra é detectado o sopro e o paciente encaminhado para avaliação de um especialista.

Esses são os sintomas mais comuns que leva ao diagnóstico das cardiopatias congênitas. Infelizmente o ecocardiograma fetal não é tão difundido no Brasil, acarretando na perda de muitos diagnósticos, por isso a data é tão importante para estimular a população em geral a pensar que essa doença existe e é muito prevalente, se pensarmos que a cada 100 nascimentos, um pode ter CC. Lembrando que não significa que todos serão graves, pode ser leve ou moderado.

Tratamento

É importante destacar que é uma doença que tem avançado bastante no tratamento, e muitas crianças tem sobrevivido. Hoje em dia, nos países desenvolvidos, estudos apontam que a população de adultos que sobreviveram a cardiopatia congênita é maior do que as crianças que tem a doença.

O tratamento pode ser feito com cirurgia, ou apenas acompanhamento e observação se há necessidade de operar, e em outros casos faz o cateterismo, além do tratamento medicamentoso.

Diagnóstico precocemente é fundamental

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