Sem dinheiro

Tocantinense está ganhando menos e tem renda média abaixo de um salário mínimo

É o menor valor desde 2016, comparando a série histórica.

Por Redação
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13/06/2022 15h09 - Atualizado há 1 ano
Renda média caiu quase 4% no ano passado

O rendimento médio mensal domiciliar por pessoa no Tocantins caiu 3,9% em 2021 e passou de R$ 1.098 para R$ 1.055, ou seja, está abaixo de um salário mínimo. Este é o menor valor desde 2016, comparando a série histórica.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Rendimento de todas as fontes 2021, foi divulgada na sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com Alessandra Scalioni, analista da pesquisa, a mudança nos critérios de concessão do auxílio-emergencial ocorridas em 2021 é uma das principais causas da queda no rendimento de outras fontes. 

O percentual de tocantinenses com algum rendimento, de qualquer tipo, na população do estado ficou praticamente estável: passando de 57,9% em 2020 para 57,7% em 2021. D,e acordo com a pesquisa, o menor índice registrado na série foi o de 2012 (55,2%) e o maior, o de 2019 (58,7%). Entre os estados da Região Norte, Tocantins tem a maior estimativa (57,7%) e Amapá a menor (47,2%).

Conforme a pesquisa, o percentual de tocantinenses com algum rendimento aumentou na categoria “todos os trabalhos” (de 37,5% para 39,7%), o que corrobora o aumento de ocupação no estado. Em contrapartida, houve queda no percentual das pessoas com rendimentos no conjunto das “outras fontes”, que saiu de 27,9% para 23,7%. 

Desigualdade

A pesquisa também mostra a desigualdade de renda no país em 2021. Após relativa estabilidade em 2019 (0,530) e queda em 2020 (0,485), o índice de Gini do rendimento médio mensal domiciliar por pessoa aumentou em 2021 (0,514). O índice de Gini é uma medida de concentração de uma distribuição, e seu valor varia de zero (perfeita igualdade) até um (desigualdade máxima), ou seja, quanto maior o indicador, maior a concentração de renda.

Entre 2020 e 2021, a desigualdade aumentou em todas as regiões, sobretudo no Norte e no Nordeste. “São regiões onde o recebimento do auxílio-emergencial atingiu maior proporção de domicílios durante a pandemia de Covid-19 e que, por isso, podem ter sido mais afetadas com as mudanças no programa ocorridas em 2021”, explicou a pesquisadora. A Região Nordeste se manteve com o maior índice de Gini em 2021 (0,556), enquanto a Região Sul apresentou o menor (0,462).

O Tocantins registrou o segundo menor índice de Gini, entre os estados da Região Norte, perdendo apenas para Rondônia (0,459). Já Roraima apresentou a maior desigualdade na distribuição de renda (0,596), não só regionalmente, mas na comparação entre todas as Unidades da Federação.

Auxílio do governo

De 2020 para 2021, o percentual de domicílios com alguém recebendo “outros programas sociais” no Tocantins, categoria que inclui o auxílio-emergencial, caiu de 28,2% para 16,3%. Já a proporção de domicílios com beneficiários do Bolsa-Família passou de 12,7% para 11,1%. Por outro lado, o percentual de lares com alguém recebendo Benefício de Prestação Continuada aumentou, de 3,3% para 4,6%.

Cenário nacional

No país, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita em 2021 foi de R$ 1.353, o menor valor da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. Norte e Nordeste foram as regiões que apresentaram os menores valores (R$ 871 e R$ 843, respectivamente). Já as regiões Sul e Sudeste se mantiveram com os maiores rendimentos (R$ 1.656 e R$ 1.645, respectivamente).

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