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Itamaraty confirma expulsão de embaixador do Brasil na Nicarágua; governo Lula decide expulsar embaixadora em resposta

Diplomata Breno da Costa foi expulso depois que o Brasil se ausentou das celebrações oficiais dos 45 anos da revolução Sandinista.

Por Nicole Almeida
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08/08/2024 14h28 - Atualizado há 4 horas
Itamaraty confirma expulsão de embaixador do Brasil na Nicarágua; governo Lula decide expulsar embai

O Itamaraty confirmou nesta quinta-feira (8) que o embaixador do Brasil na Nicarágua, Breno Souza da Costa, foi expulso do país da América Central. A medida foi uma resposta à ausência do Brasil nas celebrações dos 45 anos da Revolução Sandinista, realizada em Manágua no dia 19 de julho. Segundo fontes diplomáticas nicaraguenses, a decisão de expulsão foi em retaliação à ausência brasileira no evento.

Resposta do governo brasileiro

Em resposta à expulsão de Breno da Costa, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu expulsar a embaixadora da Nicarágua no Brasil, Fulvia Patricia Castro Matu. A decisão foi tomada durante uma reunião entre o presidente Lula e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na manhã desta quinta-feira. De acordo com o Itamaraty, o embaixador Breno da Costa deixará a Nicarágua ainda hoje, e Fulvia Matu será informada de sua expulsão também nesta quinta.

Deterioração das relações diplomáticas

As relações entre Brasil e Nicarágua já vinham se deteriorando há algumas semanas. A ausência do embaixador brasileiro nas celebrações da Revolução Sandinista foi vista como um ato de descontentamento do governo brasileiro, especialmente devido à prisão de padres e bispos na Nicarágua. Em 2022, o governo de Daniel Ortega iniciou uma ofensiva contra a Igreja Católica do país, confiscando propriedades e prendendo líderes religiosos que criticavam o regime.

O Brasil, por sua vez, tentou atuar como mediador entre o Vaticano e Manágua, pedindo a libertação dos clérigos presos. A decisão de não enviar representantes à celebração foi uma consequência do congelamento das relações diplomáticas entre os dois países, uma medida adotada pelo governo Lula como forma de protesto contra as ações do governo nicaraguense.

Contexto político na Nicarágua

A Nicarágua, segundo o índice V-DEM, é considerada uma autocracia. Daniel Ortega, atual presidente e ex-guerrilheiro do movimento sandinista, está em seu quarto mandato, reeleito em 2021 em eleições consideradas injustas e não livres pelos Estados Unidos. Ortega e seu partido, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), governaram a Nicarágua nos anos 1980 após derrubarem o ditador Anastasio Somoza. Desde então, Ortega é acusado de nepotismo e de instaurar uma ditadura, embora ele defenda que seu governo representa a vontade do povo nicaraguense e protege a soberania do país contra "ataques" dos Estados Unidos.

Impacto econômico

As relações comerciais entre Brasil e Nicarágua também podem ser afetadas por esse confronto diplomático. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações brasileiras para a Nicarágua somaram US$ 68,4 milhões de janeiro a julho de 2024, enquanto as importações totalizaram US$ 3 milhões no mesmo período.

Reflexões sobre o conflito diplomático

A expulsão de diplomatas é um sinal claro de tensões crescentes entre Brasil e Nicarágua. A decisão do governo Lula em retaliar pode ser vista como uma tentativa de reafirmar a posição do Brasil em defesa dos direitos humanos e das liberdades religiosas. No entanto, essa postura também pode complicar ainda mais as relações diplomáticas e comerciais entre os dois países.

Sobre a situação diplomática

1. Por que o Brasil decidiu não participar das celebrações da revolução sandinista?

O Brasil decidiu não enviar representantes às celebrações como uma forma de protesto contra a prisão de líderes religiosos na Nicarágua e em resposta ao congelamento das relações diplomáticas entre os dois países.

2. Qual foi a reação da Nicarágua à ausência do Brasil nas celebrações?

A reação da Nicarágua foi expulsar o embaixador brasileiro, Breno Souza da Costa, do país.

3. Como o Brasil respondeu à expulsão de seu embaixador?

O Brasil decidiu, pelo princípio da reciprocidade, expulsar a embaixadora da Nicarágua no Brasil, Fulvia Patricia Castro Matu.

4. Quais são as implicações econômicas desse conflito diplomático?

As relações comerciais podem ser afetadas, especialmente considerando o volume de exportações e importações entre os dois países.

Fonte: G1

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