A privatização da Sabesp, iniciada em fevereiro do ano passado a partir de um estudo de viabilidade pelo IFC (International Finance Corporation), foi concluída nesta terça-feira (23/07) com uma cerimônia na B3. O processo incluiu a liquidação da oferta e a assinatura de um novo contrato de concessão, indicando uma nova era para a companhia de saneamento de São Paulo.

Implicações das tarifas reduzidas

A nova tarifa reduzida passou a valer nesta terça-feira, beneficiando 1,3 milhão de pessoas com uma redução de 10% nas tarifas social e vulnerável, 1% na tarifa residencial e 0,5% nas demais categorias. Embora essa medida traga alívio financeiro para muitos consumidores, a questão que permanece é se a privatização da Sabesp realmente beneficiará a população a longo prazo.

Promessas e expectativas do governo

O governador Tarcísio de Freitas defendeu a privatização como um legado para São Paulo, destacando a antecipação da universalização dos serviços de água e esgoto de 2033 para 2029.

Com um investimento previsto de R$ 260 bilhões até 2060, a intenção é transformar a Sabesp em uma plataforma multinacional de saneamento. No entanto, essas promessas grandiosas enfrentam o ceticismo de críticos que questionam a verdadeira motivação e os benefícios da privatização.

Críticas e controvérsias

Desde o início, a privatização da Sabesp enfrentou resistência e críticas. Uma pesquisa Datafolha revelou que 53% dos moradores de São Paulo eram contra a privatização, enquanto apenas 40% apoiavam a medida.

Especialistas também levantaram preocupações sobre o formato da oferta de ações, argumentando que ele favorecia propostas de menor valor e limitava a concorrência em futuros leilões de saneamento.

Reflexões finais sobre a privatização da Sabesp

Embora o governo estadual tenha levantado R$ 14,77 bilhões com a privatização, a venda das ações abaixo do valor de mercado gerou críticas sobre a eficácia e a justiça do processo. A participação da Equatorial Energia como acionista de referência, sem concorrência, também levanta questões sobre a transparência e a equidade do processo.

A privatização da Sabesp, embora concluída, deixa muitas perguntas sem resposta. Será que a promessa de um serviço de saneamento universal e de alta qualidade será cumprida? Ou a privatização servirá apenas para beneficiar investidores e políticos, deixando a população à mercê de tarifas e serviços incertos? A reflexão sobre esses pontos é crucial para entender as reais implicações desse processo para São Paulo e seus habitantes.

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Fonte: Folha do Estado