Crack causa 50% mais mortes de neurônios que cocaína, diz pesquisa da USP

Por Redação AF
Comentários (0)

27/05/2013 08h14 - Atualizado há 5 anos
<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;">Um estudo da Universidade de S&atilde;o Paulo (USP) mostra que o aquecimento de dois componentes que formam o crack, o &eacute;ster metilecgonidina (Aeme) e a coca&iacute;na, aumenta em 50% a morte de neur&ocirc;nios em usu&aacute;rios, quando comparado ao consumo isolado das duas subst&acirc;ncias. O crack &eacute; produzido a partir da mistura da pasta de coca&iacute;na, bicarbonato de s&oacute;dio e &aacute;gua, sendo que o Aeme &eacute; um produto da queima, ocorrida quando o usu&aacute;rio fuma a pedra de crack, explica a professora do Departamento de An&aacute;lises Cl&iacute;nicas e Toxicol&oacute;gicas da Faculdade de Ci&ecirc;ncias Farmac&ecirc;uticas da USP, Tania Marcourakis, respons&aacute;vel pela pesquisa.<br /> <br /> Segundo a pesquisadora, o objetivo do estudo era conhecer melhor o Aeme, que &eacute; usado no meio m&eacute;dico como marcador biol&oacute;gico do uso do crack. Ela explica que a presen&ccedil;a do &eacute;ster metilecgonidina em um organismo permite, por exemplo, deduzir a causa de uma morte pelo uso da droga. &ldquo;A nossa pergunta foi: ser&aacute; que essa subst&acirc;ncia &eacute; s&oacute; um marcador biol&oacute;gico ou ela tamb&eacute;m &eacute; ativa?&rdquo;, disse. A partir desse questionamento, os cientistas pretendem investigar se o Aeme associado &agrave; coca&iacute;na, al&eacute;m de provocar um n&iacute;vel maior de morte de neur&ocirc;nios, participa tamb&eacute;m da depend&ecirc;ncia qu&iacute;mica do crack.<br /> <br /> &ldquo;A gente sabe que o crack tem um potencial devastador no usu&aacute;rio, muito maior que a coca&iacute;na nas outras formas de administra&ccedil;&atilde;o. Sabemos que [a droga] leva &agrave; depend&ecirc;ncia mais r&aacute;pido. Mas a gente ainda precisa concluir os trabalhos&rdquo;, disse Marcourakis. O que se sabe, por enquanto, &eacute; do alto potencial de neurotoxicidade do Aeme associado &agrave; coca&iacute;na. Embora n&atilde;o haja comprova&ccedil;&atilde;o, a pesquisadora acredita que o resultado dessa grande morte de neur&ocirc;nios pode ser, no longo prazo, uma predisposi&ccedil;&atilde;o maior &agrave; dem&ecirc;ncia e a outros problemas cognitivos.<br /> <br /> &ldquo;Isso pode n&atilde;o se manifestar na idade jovem, porque voc&ecirc; tem mecanismos pl&aacute;sticos [facilidade em compensar a perda neuronal] que podem dar conta disso dentro da idade adulta, nos jovens, adolescentes. Mas, na velhice, j&aacute; tem uma perda neuronal [natural] e esses mecanismos n&atilde;o est&atilde;o t&atilde;o eficientes&rdquo;, explica Marcourakis.<br /> <br /> Como os estudos foram feitos apenas a partir de cultura de neur&ocirc;nios in vitro, os danos reais provocados pelo crack no c&eacute;rebro do ser humano ainda s&atilde;o desconhecidos. Marcourakis acrescenta que, por se tratar de uma droga relativamente recente, ainda n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel estudar as suas consequ&ecirc;ncias no c&eacute;rebro de viciados ao longo de muitos anos.</span></div>
ASSUNTOS

Comentários (0)

Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

(63) 3415-2769
Copyright © 2011 - 2024 AF. Todos os direitos reservados.