81% dos brasileiros tacham partidos políticos como 'corruptos'

Por Redação AF
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09/07/2013 09h28 - Atualizado há 5 anos
<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;">Pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira, 8, pela Transpar&ecirc;ncia Internacional, apura que 81% dos brasileiros consideram os partidos pol&iacute;ticos &quot;corruptos ou muito corruptos&quot;, Isso quer dizer que quatro de cada cinco pessoas p&otilde;em em xeque a base da representa&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica no Pa&iacute;s. Os n&uacute;meros do levantamento conclu&iacute;do em mar&ccedil;o traduzem uma insatisfa&ccedil;&atilde;o que ficou expl&iacute;cita tr&ecirc;s meses depois, com a s&eacute;rie de manifesta&ccedil;&otilde;es que se alastraram pelas cidades brasileiras.<br /> <br /> Se comparados &agrave; percep&ccedil;&atilde;o de moradores de outras &aacute;reas do globo, fica claro que os brasileiros est&atilde;o mesmo descontentes. Na m&eacute;dia dos 107 pa&iacute;ses que participaram da pesquisa organizada pela organiza&ccedil;&atilde;o n&atilde;o governamental, algo em torno de 65% dizem que os partidos s&atilde;o &quot;corruptos ou muito corruptos&quot;. A mesma pesquisa - feita em 2010 pela Transpar&ecirc;ncia Internacional - mostra que, no Brasil, a situa&ccedil;&atilde;o se agravou: tr&ecirc;s anos atr&aacute;s, o &iacute;ndice de descontentamento sobre o tema era de 74%.<br /> <br /> Os dados nacionais sobre percep&ccedil;&atilde;o de corrup&ccedil;&atilde;o - obtidos ap&oacute;s entrevistas com 2.002 pessoas - mostram tamb&eacute;m que, depois dos partidos, o Congresso &eacute; a segunda institui&ccedil;&atilde;o mais desacreditada. Cerca de 72% da popula&ccedil;&atilde;o o classificam como &quot;corrupto ou muito corrupto&quot;. Na m&eacute;dia mundial - foram 114 mil entrevistas -, o &iacute;ndice &eacute; de 57%.<br /> <br /> A pesquisa ainda perguntou se os entrevistados consideravam eficientes as medidas dos governos contra a corrup&ccedil;&atilde;o: 56% dos brasileiros disseram que n&atilde;o; 54% da m&eacute;dia mundial tamb&eacute;m. &quot;O desprest&iacute;gio dos partidos e dos pol&iacute;ticos &eacute; muito grande, disse Alejandro Salas, um dos autores do informe da Transpar&ecirc;ncia Internacional. &quot;O resultado &eacute; triste. Os partidos pol&iacute;ticos s&atilde;o pilares da democracia&quot;, disse.<br /> <br /> Segundo a pesquisa, na avalia&ccedil;&atilde;o de Salas, o que tem sido positivo no Brasil &eacute; que as pessoas que sa&iacute;ram &agrave;s ruas para se manifestar fizeram uma liga&ccedil;&atilde;o direta da corrup&ccedil;&atilde;o na classe pol&iacute;tica ao fato de n&atilde;o haver servi&ccedil;os p&uacute;blicos adequados. &quot;As pessoas fizeram a rela&ccedil;&atilde;o direta entre a corrup&ccedil;&atilde;o e a qualidade de vida que t&ecirc;m&quot;, disse. &quot;Para muitos, o mais dram&aacute;tico &eacute; que o Brasil cresceu nos &uacute;ltimos anos. Mas as pessoas perceberam que os benef&iacute;cios n&atilde;o foram compartilhados e que parte disso ocorreu por conta da corrup&ccedil;&atilde;o.&quot;<br /> <br /> <strong><u>Caixa-preta</u></strong><br /> <br /> Segundo o autor do informe, os indicadores mostram que os brasileiros est&atilde;o cansados de n&atilde;o saber como o poder &eacute; administrado, quem paga por ele, quem recebe e quem se beneficia. &quot;Os partidos s&atilde;o como caixas pretas e, para mudar essa percep&ccedil;&atilde;o, uma reforma importante ser&aacute; dar mais transpar&ecirc;ncia ao financiamento dos partidos.&quot;<br /> <br /> Ainda segundo a avalia&ccedil;&atilde;o de Salas, que &eacute; diretor regional da ONG para as Am&eacute;ricas, as manifesta&ccedil;&otilde;es nas ruas no Brasil colocaram &quot;uma press&atilde;o enorme&quot; sobre os pol&iacute;ticos. &quot;Depois das manifesta&ccedil;&otilde;es no Brasil, se os partidos n&atilde;o mudarem, v&atilde;o acabar de se afundar&quot;, afirmou. O representante da TI alerta tamb&eacute;m para a poss&iacute;vel apari&ccedil;&atilde;o e fortalecimento de l&iacute;deres carism&aacute;ticos por causa do descr&eacute;dito dos partidos pol&iacute;ticos. Conclui, por&eacute;m, que o resultado das manifesta&ccedil;&otilde;es de junho &eacute; positivo. &quot;O que ocorreu d&aacute; esperan&ccedil;a.&quot;<br /> <br /> Os dados mostram que, no Brasil, 81% dos entrevistados disseram que podem fazer a diferen&ccedil;a no combate &agrave; corrup&ccedil;&atilde;o. Na m&eacute;dias dos pa&iacute;ses envolvidos na pesquisa, o &iacute;ndice &eacute; de 65%. Numa escala de 1 a 5, onde cinco &eacute; o grau m&aacute;ximo de corrup&ccedil;&atilde;o, o setor p&uacute;blico brasileiro atingiu nota 4,6. &quot;A taxa &eacute; mais elevada que no resto da Am&eacute;rica Latina&quot;, afirmou Salas.<br /> <br /> Cerca de 70% dos entrevistados no Brasil acreditam que a corrup&ccedil;&atilde;o no setor p&uacute;blico &eacute; &quot;muito s&eacute;ria&quot;, contra uma m&eacute;dia mundial de apenas 50%.<br /> <br /> Em torno de 77% dos brasileiros admitem que ter &quot;contatos&quot; na m&aacute;quina publica &eacute; &quot;importante&quot; para garantir um atendimento. A percep&ccedil;&atilde;o em rela&ccedil;&atilde;o ao setor privado se inverte. No Brasil, apenas 35% das pessoas acham que as empresas s&atilde;o &quot;corruptas ou muito corruptas&quot;. Fora do Pa&iacute;s, a m&eacute;dia &eacute; superior: 45%.<br /> <br /> <strong><u>Disposi&ccedil;&atilde;o</u></strong><br /> <br /> Outra constata&ccedil;&atilde;o da Transpar&ecirc;ncia Internacional &eacute; que, no Brasil, a propor&ccedil;&atilde;o de pessoas disposta a denunciar a corrup&ccedil;&atilde;o &eacute; mais baixa que a m&eacute;dia mundial: 68% diante de 80%.<br /> <br /> 44% dos entrevistados disseram que n&atilde;o denunciam por medo, enquanto outros 42% alertam que suas a&ccedil;&otilde;es n&atilde;o teriam qualquer resultado. &quot;Se o governo estiver sendo sincero de que quer combater a corrup&ccedil;&atilde;o, precisa criar mecanismos que permitam a den&uacute;ncia e que protejam as pessoas&quot;, disse Salas.<br /> <br /> Entre os que aceitam fazer a den&uacute;ncia, a maioria revela que para tal usaria os jornais, e n&atilde;o os &oacute;rg&atilde;os oficiais do governo.<br /> <br /> Um a cada quatro entrevistados no Brasil admitiu que pagou propinas nos &uacute;ltimos dez meses para ter acesso a um servi&ccedil;o p&uacute;blico. &quot;O pagamento de propinas continua muito alto. Mas as pessoas acreditam que t&ecirc;m o poder para parar isso&quot;, disse Huguette Labelle, presidente da Transpar&ecirc;ncia Internacional. Para ela, os pol&iacute;ticos devem dar o exemplo, tornando p&uacute;blicos a sua renda e os ativos de fam&iacute;lia.<br /> <br /> <u><strong>Outras institui&ccedil;&otilde;es</strong></u><br /> <br /> Depois dos partidos e do Congresso, a pol&iacute;cia aparece na pesquisa como a institui&ccedil;&atilde;o mais desacreditada. Cerca de 70% dos brasileiros a classificam como &quot;corrupta ou muito corrupta&quot;. No resto do mundo, o &iacute;ndice &eacute; de 60%.<br /> <br /> O Judici&aacute;rio, entre os brasileiros, tem mais cr&eacute;dito do que entre a popula&ccedil;&atilde;o dos outros pa&iacute;ses. Aqui 50% apontam a institui&ccedil;&atilde;o como &quot;corrupta ou muito corrupta&quot;. Fora, o &iacute;ndice &eacute; de 56%. As For&ccedil;as Armadas aparecem com &iacute;ndice baixo de percep&ccedil;&atilde;o de corrup&ccedil;&atilde;o. No Brasil &eacute; de 30% e na m&eacute;dia dos outros pa&iacute;ses da pesquisa da Transpar&ecirc;ncia Internacional, 34%. As informa&ccedil;&otilde;es s&atilde;o do jornal O Estado de S. Paulo.</span></div>
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