<span style="font-size:12px;"><u>Fernando Almeida e Ramila Macedo</u></span><br /> <span style="font-size:14px;"><em><span style="font-size:12px;">Araguaína Notícias</span></em></span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Araguaína, a capital econômica do Tocantins, já registrou 40 homicídios de janeiro de 2015 até a primeira quinzena de agosto. O número já supera em 11% o quantitativo durante todo o ano passado. O levantamento foi realizado pelo 2º Batalhão da Polícia Militar (2º BPM). Por outro lado, o Governo do Estado apontou uma redução nas ocorrências de roubos e furtos.<br /> <br /> Em 2014, 36 pessoas foram assassinadas na cidade. Já o mês de agosto de 2015 começou sangrento: só na primeira quinzena a PM registrou seis assassinatos. São 12 mortos num período de apenas 45 dias. Segundo a PM, a maioria das vítimas é homem, com passagens pela polícia e envolvimento com drogas.<br /> <br /> De acordo o 2º BPM, das 28 ocorrências do 1º semestre, somente em quatro casos as vítimas não tinham envolvimento com drogas ou ficha criminal. Já neste segundo semestre, dos 12 registros de homicídios, a metade das vítimas tinham passagem ou envolvimento com drogas.<br /> <br /> No fim de maio, diante de uma avalanche de críticas à segurança pública, o governo de Marcelo Miranda (PMDB) divulgou dados apontando redução da criminalidade em Araguaína. Segundo os números, houve redução de 48% de furtos e 35% nas ocorrências de roubo e também no aumento de prisões. Na época, deputados da oposição chegaram a pedir o retorno do ex-comandante Major Silva Neto. Em reposta, o governo defendeu a atual comandante major Patrícia Murussi, enaltecendo seu empenho e atuação no comando da tropa do 2º BPM. <br /> <br /> Na época, o Estado omitiu os números referentes aos assassinatos, não mencionou o efetivo policial e tampouco o número de viaturas em Araguaína. E destacou que o esforço para o combate à violência era feito com o trabalho desdobrado da PM, colocando os militares do administrativo para atuar em ações operacionais. O incentivo do governo ao efetivo era o pagamento de horas extras para maior carga horária de trabalho. O Estado também disse que a cidade de Araguaína também contava com reforço importante da Companhia de Operações Especiais (CIOE), COE, Giro e Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA).<br /> <br /> Já uma investigação do Ministério Público Estadual revelou a precariedade da segurança em Araguaína. De acordo com o MPE, o 2º BPM possui déficit 187 homens. Em relação às horas extras, o Órgão de Fiscalização considerou excessivas, mencionando que os militares chegaram a cumprir jornadas semanais de até 72 horas, quando, por direito, o máximo é de 40 horas.<br /> <br /> Segundo o MPE, além do déficit de militares, da jornada de trabalho excessiva, o 2º Batalhão tem apenas quatro viaturas para atender toda a cidade de Araguaína, com uma população de quase 200 mil habitantes. Entre janeiro e junho de 2014, 41% das ligações para o 190 não foram prontamente atendidas, segundo o MPE.<br /> <br /> Diante das precariedades, o MPE ajuizou uma Ação Civil Pública contra o Governo do Estado e requer ampliação do efetivo, conserto de viaturas e ampliação de automóveis. Também o Ministério Público requereu a reforma do 2º BPM e dos destacamentos da PM nos municípios que compõem a Comarca, bem como que se iniciem, no prazo máximo de 90 dias, avaliações com vistas à realização de um novo concurso público para a PM, entre outros pedidos.</span>