Araguaína

Polícia indicia universitário que matou entregador em acidente e ainda bebeu refrigerante da vítima

Entregador estava levando lanche para a família, segundo testemunha.

Por Redação 2.911
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27/02/2024 15h48 - Atualizado há 2 meses
Pedro Rocha da Silva, de 47 anos

Notícias do Tocantins - O universitário que provocou o acidente que matou o entregador de aplicativo Pedro Rocha da Silva, de 47 anos, foi indiciado por homicídio doloso duplamente qualificado e embriaguez ao volante.

O crime ainda é tratado pela polícia como hediondo, pois a ação do jovem ainda gerou perigo comum para as demais pessoas e veículos que transitavam no local, além do fato de a vítima não ter tido qualquer possibilidade de defesa.

O acidente ocorreu 18 de setembro de 2022, em Araguaína. O universitário foi identificado pela polícia apenas como C.S.A., de 22 anos. As investigações foram concluídas nesta terça-feira (27).

Dinâmica do acidente

Conforme o delegado Luís Gonzaga da Silva Neto, após o fim do expediente de trabalho, o entregador Pedro Rocha retornava para casa transitando pela Avenida Sadoc Correia, quando ao passar pelo cruzamento com Avenida Paranaíba, foi surpreendido pelo veículo conduzido pelo jovem de 22 anos.

O automóvel do jovem entrou na via em alta velocidade, desrespeitando a preferencial, e colidiu violentamente contra a motocicleta do entregador. O impacto foi tão forte que Pedro Rocha foi arremessado contra uma árvore que fica do outro lado da via. Já o veículo do universitário capotou e ficou com as rodas voltadas para cima.

Motorista estava embriagado

“No âmbito do inquérito policial, testemunhas afirmaram que o indiciado estava com visíveis sinais de embriaguez, inclusive uma delas afirmou que C.S.A. realizou massagem cardíaca no pescoço da vítima, algo totalmente incabível, mas justificado pelo seu profundo estado de embriaguez”, informou o delegado. 

“Além disso, as testemunhas afirmaram que o indiciado pegou um refrigerante de dois litros que estava na bolsa do motoboy e tomou no local, claramente com o fim de reduzir o seu estado etílico”, complementou Luís Gonzaga.

Na Central de Atendimento da Polícia Civil, o jovem tentou fazer o teste do etilômetro (bafômetro), mas não conseguiu devido ao seu elevado estado de embriaguez. 

Conclusão da perícia

A perícia concluiu que a causa do acidente em toda a sua extensão está relacionada ao fato de o universitário estar em alta velocidade e por não ter respeitado a placa de sinalização de “PARE”, pois o direito de preferência pertencia à vítima. 

Conforme a polícia, o fato de o jovem conduzir o seu veículo embriagado, em alta velocidade e não respeitando a preferencial da via se enquadra no chamado dolo eventual, quando há intenção de matar, pois ele assumiu o risco de produzir o resultado morte. 

“A reprovabilidade da conduta do investigado é elevadíssima, pois dirigia seu veículo sob o efeito de álcool, em alta velocidade e não respeitando a sinalização, ocasionando um acidente gravíssimo que ceifou a vida de um trabalhador. Para piorar, no local do acidente, logo após a sua ocorrência, ingeriu o refrigerante que estava na bolsa do motoboy, que, conforme uma testemunha, tratava-se de um lanche que ele estava levando para a sua família. Referido fato merece a reprimenda penal devida”, destacou o delegado. 

O caso foi encaminhado ao Ministério Público e à Justiça para a adoção das providências legais necessárias. 

Local do acidente

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