Segundo as investigações, a guerra entre facções teve início com a morte do 'Rei do Crime', em 2013.
Para conter a ação de fações criminosas de renome nacional dentro das unidades prisionais do Tocantins, a Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (19), a operação 'Caedes' em cinco cidades de norte a sul do Estado.
Estão sendo cumpridos oito mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em unidades prisionais de Palmas, Miracema do Tocantins, Gurupi, Cariri e Araguaína. O nome da operação remete às palavras de homicídio assassinato, massacre.
Motivação
De acordo com o delegado Eduardo de Menezes, responsável pelas investigações, a operação visa dar voz de prisão a detentos suspeitos de participar da execução de dois internos do Centro de Reeducação Social Luz do Amanhã (CRSLA), em Cariri do Tocantins, no sul do estado identificados como Alessandro Rodrigues de Castro, de 24 anos, que cumpria pena por roubo e corrupção de menores, e Vinícius Dias da Silva, 30 anos, preso por furtos, roubos e tráfico de drogas. A motivação seria uma retaliação na morte de um líder de facção criminosa rival à dos detentos.
Investigações
Conforme o delegado, em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, um homem de iniciais A. L, vulgarmente conhecido como “Sukin” detalhava o homicídio do “Rei do Crime” e que os dois homens decapitados haviam cometido o crime dois anos antes como forma de ascensão à facção criminosa rival.
“Em determinado momento do “cerimonial” de incorporação, “Sukin” informa ao pretenso membro que os dois responsáveis pela morte de “Rei do Crime” estariam “decretados”, quais sejam justamente os dois decapitados em abril de 2015. Em outras palavras, a ordem que Sukin transmitia ao indivíduo que estava na iminência de integrar o bando, valendo-se da expressão “decretados”, era o de que os dois deveriam ser mortos”, afirmou.
Ascensão
O delegado informa ainda que, na estrutura organizacional de uma facção criminosa existem graus de importância e que são alcançados mediante comprimento de ordens ou missões, como por exemplo a palavra “terminal” é retratada utilizada quando o assunto é, principalmente, o extermínio de membros do grupo rival.
“Quando a morte de um criminoso rival é consumada, o “terminal” é registrado na ficha cadastral do responsável pelo intento, que por se tratar de um dos mais “importantes” atos em favor da outra facção rival reverte ao integrante na figura de uma espécie de pontuação, utilizada posteriormente para ascender na hierarquia da facção”, ressaltou.
Criminalidade
Para o delegado Eduardo Menezes, a briga de facções ganhou força com a morte dos dois reeducandos, fazendo com que uma facção ganhasse notoriedade criminosa no Tocantins. “Foi após a execução do “Rei do Crime” que houve uma total dissidência entre as facções, resultando nos homicídios de integrantes de facções ora de um lado, ora de outro”, frisou o delegado.