Desvios ocorreram inúmeras vezes de 2019 a 2021.
Notícias do Tocantins - A Polícia Civil informou que concluiu o inquérito que apurava uma série de desvios realizados pela gerente de uma agência bancária de Augustinópolis, no Bico do Papagaio, nesta quarta-feira (22).
A suspeita tem 34 anos e foi indiciada por ‘furto qualificado pelo abuso de confiança e emprego de fraude’. O crime teria sido praticado cerca de 27 vezes entre o segundo semestre de 2019 e o dia 06 de dezembro de 2021.
Conforme o delegado Jacson Wutke, responsável pelo caso, a gerente realizou pequenos atos de desvio de valores no momento de abastecimento dos terminais de autoatendimento da agência bancária, subtraindo, ao final, o montante de R$ 245.990,00.
Modus operandi
Em razão da sua função de confiança na agência bancária, a indiciada gerenciava tanto a tesouraria quanto a própria conferência de numerário da agência. Desta forma, para evitar que o esquema fosse descoberto, ela realizava o comando de abastecimento do terminal de autoatendimento no sistema com um determinado valor, mas inseria um valor menor na máquina. No momento da conferência mensal, registrava que a contagem do numerário físico correspondia ao constante no sistema.
Descoberta da fraude
A fraude apenas foi descoberta pela instituição financeira quando a indiciada saiu de férias e a sua substituta realizou uma conferência do numerário da agência, verificando que fisicamente faltavam milhares de reais na tesouraria da agência bancária.
Devidamente comunicada sobre o desfalque, a instituição bancária realizou uma auditoria interna, chegando ao montante de R$ 245.990,00. Em seguida, a indiciada foi inicialmente afastada preventivamente de suas funções, sendo posteriormente demitida da instituição bancária.
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Investigações da Polícia Civil
Após ser comunicada pela instituição bancária, a Polícia Civil instaurou inquérito policial para apurar a fraude na agência de Augustinópolis.
O trabalho da auditoria interna foi minuciosamente analisado pelo Núcleo de Inteligência Policial. Além disso, após decisão favorável de afastamento do sigilo bancário e fiscal proferida pelo juiz Alan Ide Ribeiro da Silva da Vara Criminal da Comarca de Augustinópolis, o Núcleo de Inteligência Policial teve acesso à movimentação bancária da indiciada em várias instituições bancárias no país.
O delegado Jacson Wutke ressalta que as duas principais frentes de investigação foram importantíssimas para o sucesso do inquérito policial, com a devida individualização da responsabilidade criminal da gerente.
“Pela auditoria interna, verificou-se claramente o desvio durante o abastecimento dos terminais de autoatendimento, bem como a fraude na conferência física do numerário da agência: por exemplo, a indiciada realizou por várias vezes o comando de abastecimento de valores no sistema sem a abertura do respectivo terminal de autoatendimento para inserção das cédulas - o que claramente impossibilitaria o abastecimento”, disse o delegado.
“Já durante o exaustivo exame das informações bancárias da indiciada, foi possível verificar uma movimentação claramente atípica e incompatível com os seus ganhos mensais: por exemplo, em todos os meses eram realizados depósitos em espécie em outros bancos que chegavam a superar o triplo da sua remuneração comprovada, com a posterior pulverização do valor com transações menores para outras contas que chegaram a três mil operações por mês”, acrescentou a autoridade policial.
O inquérito policial foi concluído e remetido ao Poder Judiciário e ao Ministério Público para a adoção das medidas legais cabíveis.