Um dos sorteios permitiu lucro de R$ 409 mil em apenas um mês.
A Polícia Civil do Tocantins encerrou, nesta sexta-feira (24), a 1ª fase da operação 'Tá no Grale', que apura a movimentação milionária de valores obtidos ilicitamente por meio de rifas digitais.
Segundo a polícia, a modalidade criminosa consiste na realização de sorteios não autorizados pelos órgãos competentes, que eram divulgados nas redes sociais dos envolvidos, captando recursos dos participantes de boa-fé. Os investigados se valeram do elevado número de seguidores que possuem nas redes sociais para promover os sorteios.
Em um dos sorteios, o veículo VW Saveiro avaliado em R$ 90 mil permitiu a arrecadação de R$ 499 mil, um lucro de R$ 409 mil no período de um mês.
Ainda segundo a polícia, de maio de 2022 a fevereiro deste ano, os três investigados arrecadaram ilicitamente R$ 4.581.316,54 (R$ 4,5 milhões). No mesmo período, os envolvidos adquiriram diversos veículos de luxo com o dinheiro proveniente da prática criminosa.
Até o momento, foi realizado bloqueio bancário no valor de R$ 635 mil e apreendidos quatro carros e uma moto com avaliação estimada em R$ 640 mil. Há mais um veículo avaliado em R$ 150 mil que está em poder de um dos investigados que não foi encontrado, mas seu advogado garantiu a entrega espontânea do bem. O montante recuperado, desse modo, soma R$ 1,4 milhão.
Durante a operação, chamou a atenção dos policiais que do total de 36 sorteios realizados pelos investigados, 12 não constam os números sorteados nem o ganhador, sendo a prática ilícita, pois não gera direito à exigência do participante, causando desestabilidade social.
Contravenção
Segundo o delegado de polícia Gustavo Henrique da Silva Andrade, nenhum dos investigados tinha autorização da Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria, do Ministério da Economia (Secap) para promover ou patrocinar sorteios por meio da referida plataforma digital.
“A prática enquadra-se, inicialmente, no tipo contravencional intitulado ‘loteria não autorizada’, previsto no artigo 51 da Lei das Contravenções Penais, sujeitando o seu autor a uma pena pecuniária”, disse.
O delegado Gustavo Henrique ainda ressaltou a importância de a população denunciar esse tipo de prática. “As pessoas devem sempre verificar a regularidade dos sorteios em que participam e denunciar atividades suspeitas às autoridades competentes, evitando ser vítima de crimes como esse”, finalizou.
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