Suposta vítima chegou a exibir os documentos do namorado como sendo o autor.
Notícias do Tocantins - Uma mulher de 37 anos responderá pelo crime de denunciação caluniosa após registrar Boletim de Ocorrência comunicando o falso roubo de seu celular. A pena é de até 8 anos de reclusão.
O suposto roubo teria ocorrido em Araguaína no último dia 26 de julho. Três dias depois, a mulher procurou a Delegacia Especializada na Repressão de Roubos de Araguaína (DRR) para registrar a ocorrência.
As investigações foram conduzidas pelo delegado-chefe da unidade Fellipe Crivelaro. “Segundo a mulher, ela teria sido vítima de um crime de roubo, praticado por dois homens armados em uma motocicleta, os quais subtraíram seu aparelho celular. Ela ainda acrescentou que, durante o roubo, um dos autores teria deixado cair seus documentos pessoais, os quais foram coletados pela vítima e, na sequência, apresentados na delegacia”, pontuou o delegado.
No entanto, a investigação apontou que, na verdade, os documentos apresentados pertenciam ao namorado da vítima, de iniciais C.F.A., de 29 anos. “A investigação apontou que não houve roubo. Na verdade, ele furtou o celular dela enquanto esta dormia. E, para reaver seu aparelho, ela decidiu inventar para a polícia que tinha sido vítima de um roubo, acreditando que somente assim seu celular seria encontrado”, destacou a autoridade policial.
O aparelho celular foi recuperado pela unidade especializada e, ao realizar novas diligências na tentativa de encontrar o suspeito, o mesmo informou que era namorado da vítima e negou a autoria do crime. Ao obter a informação de que o homem era namorado da suposta vítima, a mulher foi confrontada e confessou ter inventado a prática do roubo.
Conclusão
O trabalho investigativo resultou ainda na prisão em flagrante de uma pessoa de 23 anos, que estava com o aparelho celular da mulher e foi devidamente apreendido. Além desse, outro indivíduo de 22 anos, identificado como M.D.G.S., também é apontado como receptador.
Outro ponto apurado durante a investigação é que os dois receptadores e o próprio autor do furto (namorado da mulher) já respondem em liberdade pela prática de outros crimes.
“A diligência acabou sendo positiva, pois o indivíduo preso pela receptação está respondendo em liberdade pela prática de dois crimes de tráfico de drogas, e, em razão disso, provavelmente acabará regredindo para o regime fechado. O mesmo deve acontecer com o suposto autor do furto, na medida em que também responde em liberdade pela prática de vários delitos”, concluiu o delegado.