Contravenção penal

Mulher arrecadou R$ 129 mil em menos de dois meses com sorteios ilegais pelas redes sociais

Ela aproveitava os muitos seguidores que tinha para praticar os sorteios ilegais, segundo delegado.

Por Redação 1.938
Comentários (0)

28/02/2023 15h18 - Atualizado há 1 ano
Viatura da Polícia Civil do Tocantins

Uma mulher que realizava sorteios pela internet mediante venda de rifas a preços muito baixos em redes sociais foi indiciada pela 2ª Delegacia Especializada no Combate a Crimes de Menor Potencial Ofensivo (2ª DEIMPO de Palmas) nesta segunda-feira (27).

Conforme a polícia, os fatos ocorreram integralmente em ambiente virtual, por meio de uma plataforma eletrônica em que ela comercializava as rifas digitais. Em ao menos sete oportunidades, a investigada realizou sorteios de quantias em dinheiro.

Vendendo cada rifa por centavos de real (exemplo: R$ 0,11; R$ 0,22, R$ 0,23 e R$ 0,54), ela chegou a arrecadar R$ 129 mil em pouco mais de 45 dias.

“A investigada se valia dos muitos seguidores digitais de que dispunha em suas redes sociais para efetivar as vendas e realizar os sorteios periódicos dos prêmios em dinheiro. Inclusive, se valeu do apoio de uma influencer, que lhe disponibilizou, também eletronicamente, centenas de outros seguidores dispostos a adquirir as referidas rifas”, informou o delegado responsável pela apuração, Diego Camargo.

Contudo, o delegado esclareceu que “a prática enquadra-se no tipo contravencional intitulado como loteria não autorizada, previsto no artigo 51, do Decreto-Lei nº 3.688/41 (Lei das Contravenções Penais), sujeitando o seu autor a uma pena pecuniária e outra de prisão simples, de seis meses a dois anos, caso haja condenação”.

Também foi apurado que a investigada não possuía autorização da SECAP – órgão do Ministério da Fazenda responsável pelo controle da atividade lotérica no Brasil – e que se valia da oferta de rifas a preço irrisório para angariar cada vez mais apostadores e, possivelmente, para não despertar a atenção das autoridades no sentido de combater a sua prática.

“Como a investigada divulgava os sorteios apenas em suas redes sociais, ambiente no qual constam inscritos, atrelados ao seu perfil, mais de 600 mil seguidores, e a aquisição dos bilhetes da rifa digital era demasiado fácil, seja por seu valor unitário, seja pela dinamicidade com que a operação era realizada, não houve, a princípio, questionamento sobre a sua validade, o que somente ocorreu quando se evidenciou o montante pecuniário arrecadado com cada operação”, disse o delegado.

O delegado Diego Camargo ainda ressaltou que, se a população quiser comunicar à Polícia Civil do Tocantins a existência de ocorrências envolvendo o comércio ilegal de rifas digitais, basta ligar para a 2ª DEIMPO de Palmas pelo número 3571-8266.

"Ainda que anonimamente, o caso será imediatamente apurado, porque a contravenção atenta contra os bons costumes e a poupança popular”, frisou.

Como funciona o esquema

Os sorteios são cadastrados em uma plataforma digital e são disponibilizados ao ganhador dinheiro ou bem (celular, carro e outros). Há uma espécie de ‘casadinha’, ou seja, quem adquire mais rifas ganha certa quantia em dinheiro, geralmente R$ 1 mil, uma vez que a intenção é a venda total das rifas: 100 mil.

Se são vendidas as 100 mil rifas a preço irrisório de R$ 0,23, por exemplo, o operador arrecada R$ 23 mil, dos quais serão retirados R$ 3 mil para o ganhador, R$ 247 são pagos para cadastrar a rifa na plataforma e o restante, R$ 19 mil, vai para o bolso do operador em pouco menos de uma semana.

Comentários (0)

Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

(63) 3415-2769
Copyright © 2011 - 2024 AF. Todos os direitos reservados.