Casal estava em processo de separação; mulher queria todos os bens.
Acusada de encomendar a morte do marido, dona de casa Ismaurina Alves Rodrigues foi condenada a 14 anos e 6 meses de prisão, durante julgamento do Tribunal de Júri em Porto Nacional, nesta segunda-feira (8). O conselho de sentença acompanhou as teses do MPTO e considerou que o crime foi praticado por emboscada e motivo torpe.
O crime ocorreu em Luzimangues, distrito de Porto Nacional, no dia 6 de dezembro de 2015, e teve grande repercussão na época. Ismaurina e o marido estavam em processo de separação e a morte teria sido encomendada para que ela pudesse ficar com os bens do marido.
Em 2017, um dos acusados de executar a vítima foi absolvido pelo Tribunal de Júri, outro, que seria o autor dos disparos, ainda aguarda julgamento.
Cláudio Roberto Xavier, conhecido como Cajá, foi alvejado por três tiros e morreu a caminho do hospital.
Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que Ismaurina tinha mandado matar o marido. Os dois estavam se separando. O objetivo dela, segundo a polícia, era ficar com os bens do casal.
Na época, a Justiça determinou a prisão preventiva da suspeita. Após buscas, a polícia descobriu que ela estava escondida em uma chácara, a 100 km do local do crime. A mulher ainda tentou se esconder debaixo da cama.
Temporadas de Júris
Integrante do Núcleo do Tribunal do Júri (MPNujuri), o promotor de Justiça Breno Simonassi destacou que o julgamento de Ismaurina era um dos casos de repercussão aguardado para 3ª e 4ª temporadas de Júris, iniciadas na última semana em Porto Nacional. Mais de 30 processos devem ser julgados até novembro.
O Tribunal de Júri é o órgão do Poder Judiciário que tem a competência para julgar os crimes dolosos, ou intencionais, contra a vida. No Brasil, é considerado o instituto mais democrático dentro do Judiciário, já que é formado por cidadãos escolhidos aleatoriamente na população local.
Como os jurados são pessoas comuns, a promotoria e a defesa precisam utilizar discursos bem preparados para sustentar suas conclusões sobre cada caso. Para Simonassi, esta é a vitrine da atuação ministerial e, por isso mesmo, um desafio que requer preparação e dedicação. “O que só aumenta a nossa responsabilidade, como promotor de Justiça, de realizar um trabalho com toda a dedicação possível para que continue com os resultados positivos já alcançados”, pontuou.
(Daianne Fernandes - Ascom/MPTO)